(Geraldo Dall'Agnese Júnior)
Estamos em tempos diferentes:
óbvio que não devemos desvalorizar NADA,
nem NATUREZA, nem PESSOAS, nem NÓS MESMOS.
Somente o caminho da simplicidade nos propicia a incorruptibilidade.
O caminho da simplicidade nos supre com tudo que precisamos.
E é diferente do caminho da satisfação egóica,
onde nossa conversa interna diz: você merece, vá e consiga, vá e compre.
Cada vez se oferece mais crédito para estes extravasos emocionais.
O atual sistema com enfoque monetarista sabe como se aproveitar disso.
E esta é a raiz de todas as magruras que todos vivem,
inclusive os que encabeçam tal sistema.
A questão não é se realmente mereço...
em verdade, todos merecem, sem excessões.
O ponto onde devemos chegar para tornarmos a Terra um Paraíso é:
compartilhar o que sabemos fazer, nossos talentos,
sem condicionar a pagamentos e cobranças.
Basta que cada um se ofereça com amor no que veio para ser nesta Terra.
Assim, tudo fluirá na medida exata das necessidades de cada ser.
A depredação, a exploração, a competição,
a burocracia e todo o sistema financeiro desaparecerão e nos aliviarão de seu peso.
Alguns precisarão se reposicionar no que fazem, mas o que farão a partir de então
será infinitamente mais feliz e benéfico para todos.
A QUESTÃO É: eu verdadeiramente preciso disso?
Reconhecer o que precisamos verdadeiramente
só é possível a quem opta pela simplicidade.
Simplicidade não é pobreza, é riqueza.
Simplicidade não é miséria, é abundância para todos
(e não o que vivemos atualmente:
abundância para alguns em detrimento da miséria de muitos).
Muitos falam em ascender, mas ninguém ascende enquanto carrega peso.
Muitos dizem que isto é inerente a Terra e à vida humana na Terra.
AINDA é, até que deixe de ser.
Se nos perdemos da simplicidade é porque estamos no caminho inverso,
o caminho que enterra e não aquele que sublima.
É porque estamos ainda vivendo a pretensão egóica do merecimento
e não sabendo reconhecer a verdadeira necessidade.
Sobre esta pretensão egóica, muito bem e claramente foi posto
pelo meu amigo e irmão divinal, em um de nossos diálogos.
Gostei tanto que disse a ele que iria usar:
"Realmente, o ser humano está isolado em sua atitude.
A Natureza nem precisa ser salva, não é mesmo?
Ela sobreviverá ao ser humano,
já o ser humano não sobreviverá a si mesmo."
(Ênio Burgos)
Ama teu próximo COMO a ti mesmo é a verdadeira sabedoria,
que também contém a Regra de Ouro
que nos diz que só podemos dar o que cultivamos
amorosamente em nós mesmos
e/ou que recebemos amorosamente do cultivar de outrem.
Infelizmente, longe do amor,
hoje quase tudo virou comércio - são raras as excessões.
Os vendilhões do templo vendem o templo, vendem-se a si mesmos
e os tiranos gargalham risadas que compram a todos.
Ama teu próximo COMO a ti mesmo - este é o AMOR ATENTO AMOR.
Quando amo mais a outrem do que a mim, torno-me "massa de manobra".
Quando amo mais a mim do que a outrem, torno-me um "tirano egóico".
E neste mundo que está aí, existem os espertos que fazem "caridade"
para que apareçam em seus inflados egos
e existem os burros que aceitam este tipo de caridade,
pela descrença que encarnam em si mesmos.
Então, assim, temos quatro combinações desarmônicas.
Mas temos UMA POSSIBILIDADE LIBERTADORA:
Mestre Jesus dizia que o caminho para o "céu" (harmonia) era estreito.
SIM, pois exige de nós AMOR ATENTO AMOR.
Aquela atenção em conceder amor em igual medida,
tanto a mim como às minhas relações,
sejam elas com outras pessoas, com animais, alimentos, natureza, o que for.
Quem sempre fica atento ao equilíbrio dinâmico da harmonia em si e fora de si,
respeitando a si e a outrem simultaneamente,
este entrou no Caminho Estreito e será bem-vindo
aos que venceram os grilhões da carne para se libertarem
no espírito universal de bem-aventurança para todos.
Ama teu próximo COMO a ti mesmo.
* * *
Amor atento amor, igual medida a todos...
fraternalmente, Geraldo
Nenhum comentário:
Postar um comentário