terça-feira, 6 de setembro de 2011

ENCONTRANDO O SILÊNCIO

ENCONTRANDO O SILÊNCIO



A maioria de nós foi educada em um mundo com uma associação clara entre silêncio e tristeza.
Um momento de silêncio normalmente está relacionado a alguma perda traumática, frequentemente com significado.
Uma consequência é que a gente pode nunca perceber a verdadeira natureza e poder do silêncio em nossas vidas.
A consciência silenciosa não é vazio ou o nada.
É o terreno, o solo do nosso ser.
A palavra ‘silêncio’ é numa descrição inadequada (todas as palavras descrevendo aspectos da consciência tendem a ser inadequadas!) do que é o nosso poder e potencial de criar, manifestar, trazer nossas vidas... à vida

Do som que nos cerca ao silêncio em volta

Se você pode parar ocasionalmente, e sintonizar sua percepção um pouco, você vai encontrar silêncio em volta de você em qualquer lugar.
É no silencioso vale na névoa matutina.
É a tranquilidade da noite após um longo e quente dia de verão.
É a calma do oceano antes da chegada da tempestade.
É na conversa de um café, durante a pausa entre as opiniões.
É no ensurdecedor barulho da vastidão do deserto.
E é na incrível vista do cume de uma montanha.

A maioria de nós é tocada por momentos assim, quando o barulho dos pensamentos termina e ‘o silêncio do espanto, da admiração’ começa.

São as lembranças do silêncio do passado da nossa memória da infância dos jogos de esconde-esconde e o completo silêncio necessário para que não sejamos descobertos.
É o silêncio projetado do futuro na possibilidade de acabar com o barulho dos nossos sofrimentos emocionais.
É no silêncio do presente quando a história de ontem e o mistério do futuro estão dissolvidos na prática de estar presente aqui e agora.
É no silêncio da cidade encoberta pelo sono.
É no silêncio do campo, quando apenas os vinhedos e as raposas rastejam.
E se você pode colocar sua atenção na última tocada do sino, você alcança o som e ele enfraquece...no silêncio e você pode começar a conhecer a profundidade da paz da qual todos os meditadores contam.

Doce silêncio, pacífico silêncio, o silêncio que é a nossa paz interior, é a companhia ignorada da ocupada vida.

Aqui está o silêncio morto na passagem da alma para outro corpo.
É no silêncio abafado no coração de cada floresta e as árvores se mantêm altas e finas numa conspiração para absorver o mais delicado som.
É um alegre silêncio quando a mente faz uma pausa, deixa de lado as ilusões conhecidas por ‘eu sei’ e vê cada coisa exatamente como ela é, e não como de acordo com o seu rótulo.
Olhar por trás da forma e da cor numa pintura e você pode ‘ver’o silêncio na tela da pintura que prende o ruído criativo do artista.
Escute cuidadosamente a sinfonia e você ouvirá o silêncio puro entre as notas sem o qual a beleza da música se perderia.
E se torna consciente do espaço entre os seus pensamentos.
Vá através desse espaço e você emergirá no silêncio do seu ser e será novamente unido com o seu poder como um mestre criador.

Toda a criação emerge do silêncio, é formada pelo poder do silêncio e se move no poder do silêncio do ser.

Por que todos os místicos e yogues falam tanto sobre o silêncio?
Por que eles geram tanto som sobre o estado silencioso?
Porque eles descobriram que somente no silêncio tudo que tem um valor eterno e verdadeiro é conhecido.
No silêncio eles vêem a original e singular causa de toda ação e como as sementes e raízes de todas as coisas surgem do nada.
No silêncio eles estão reunidos na consciência da unidade de tudo o que é, em qualquer tempo ou espaço.
No silêncio, ele sabem que podem flutuar qualquer pergunta do oceano do seu silencioso espaço interno que chamamos de consciência e saber, com completa e inabalável fé, de que a resposta retornará e nos encontrará, não importa o que estiver pré-ocupando suas mentes.
E eles nos lembram que somente quando o nosso ser está em silêncio o nosso coração espiritual pode receber e absorver a luz e o amor da ‘fonte’.
A fonte que está muito além das crenças, conceitos e nomes.
Nesse mesmo profundo estado de silêncio, eles nos contam que nós podemos redescobrir e sermos movidos mais uma vez pela nossa adormecida benevolência em direção a todas criaturas, grandes e pequenas.

Você conhece o silêncio?
Você conhece o seu próprio silêncio interior além do barulhento padrão de pensamentos, além do estrondo das ondas da emoção, muito além da invasão e distração das forças do mundo viciado no som?
Não é um outro ser, esse ser silencioso.
Não é uma parte separada do ser, esse ser silencioso.
É o ser em seu original e mais natural estado do ser, dizem eles!

Parece que somente poucos podem conscientemente entrar e estar em seu estado de silêncio a seu belprazer.
Sua presença é ‘sentida’ à medida que eles trazem a sutil, a vibrante fragrância e a quietude do silêncio do seu ser para um mundo barulhento.
Eles dizem que é nesse espaço de silêncio que tudo está disponível para a alma que busca, onde tudo que desejamos pode ser encontrado completamente, em um instante?
No silêncio de nosso coração tudo o que somos e tudo o que possuímos que é permanentemente nosso é conhecido e sentido como sendo puro e incorruptível.
Esse ‘tudo’ é conhecido frequentemente como amor, tem a forma de luz e é sentido como um poder.
Tudo que nos foi ensinado com que devemos nos identificar e buscar nesse mundo é então visto pelo o que é – preenchido de ilusões e desilusões que somente servem para manter nossas confusões.

E são esses ‘poucos’ que nos encorajam a sair do mundo ‘lá fora’ por alguns poucos momentos pelo menos, sair do mundo que está ‘na nossa mente’, sair do mundo que molda a história da nossa vida, dar uma pausa de todos nossos desejos mundanos, relaxa nossa inteligência diária, liberta a nossa urgência de julgar os outros e nos leva ao estado de silêncio.
É somente lá, eles prometem, que nós encontraremos e conheceremos nossa paz profunda.
É somente lá, dizem eles, que nós veremos e saberemos que o que chamamos de passado, de presente e de futuro são todos UM.



Encontrar o espaço

A vida diária pode ser como um perpétuo movimento, que tem sempre sua origem nos nossos pensamentos.
Para muitos de nós que não temos apenas ocasionalmente uma ‘sucessão de pensamento’, é como se a nossa consciência, e consequentemente a nossa mente, é um terminal internacional , com constantes chegadas e partidas de trens, barcos e aviões repletos de pensamentos!
Pare por alguns momentos.
Observe seus pensamentos.
Perceba o espaço entre seus pensamentos.
Descanse sua consciência nesse espaço e isso se abrirá. Nesses espaços e por trás dos seus pensamentos há .... silêncio.
É o grande poder a partir do qual os pensamentos são criados, quase do mesmo jeito em que as ondas levantam-se do oceano.

Sinfonia de silêncio

Se você acha difícil estar consciente do espaço entre os pensamentos, pratique primeiro com o som.
Compre uma sinfonia que não é continuamente som.
Escute-a entre os espaços das notas. Concentre-se gentilmente.
Se você perder a concentração volte e comece de novo.
Perceba como você começa a ressoar com o silencioso momento da música à medida que ela toca um nível profundo da sua consciência.

Ser uma tela em branco

Gentilmente olhe fixamente para a tela de pintura ou uma folha de papel. Imagine que ela simboliza a sua consciência, o seu ser interior.
Permita todos os pensamentos de saírem da página da sua mente.
Permita que todos os sentimentos sejam dissolvidos e escorreguem para fora das páginas da memória.
Permita que todas as preocupações desapareçam das páginas da sua imaginação.
E lá está você, uma tela em branco e ainda em silêncio, ainda profundamente pacífico, plenamente consciente de estar completamente presente sem barulho.

Viaje no som

Toque um grande sino mais uma vez.
Permita que o som enfraqueça.
Cavalgue no som com sua consciência até que ele desapareça em silêncio.
Quando chegar, perceba que sua consciência de silêncio está dentro de você.
Perceba que neste momento você é o próprio silêncio.

Flutue no espaço

Olhe fixamente o céu à noite.
Veja e sinta a quietude do espaço lá fora.
Vasto e ilimitado o silêncio ‘lá de fora’ é quase ensurdecedor.
Permita-se estar lá fora e ainda estar consciente que o ‘lá fora’é ‘aqui dentro’, onde o espaço interior do ser é também vasto e ilimitado, e ainda assim calmo e silencioso....calmo e silencioso.
Esteja no espaço.

Silencie o zumbido...

Sente-se confortavelmente e feche os seus olhos.
Imagine que você está caminhando em uma trilha de uma serena foresta.
Logo você chega a uma clareira.
Ande devagar ao centro da clareira e sente-se.
Vindos não se sabe de onde, animais te rodeiam.
Eles não representam uma ameaça.
Quanto maior o animal, maior é o ruído de sua ansiedade.
Por exemplo, uma gazela de passos suaves pode representar o prazo de entrega de um trabalho; um leão que ruge, problemas em algum relacionamento.
Em uma parte da clareira está uma colmeia, Abelhas esvoaçam a seu redor, criando o zumbido de uma preocupação.
Toque gentilmente cada animal.
Ao fazê-lo, eles se acalmam e desaparecerem na floresta.
O único som que resta é o zumbido das abelhas. Imagine cada pequena preocupação, uma a uma, entrando na colmeia, até que a clareira esteja silenciosa.
Suas preocupações se acalmam, elas serão solucionadas em algum outro dia.
Tudo em sua volta é paz. Você está calmo.

Você é o silêncio.
Pergunta: Por que você acha que a consciência do silêncio e o sentimento de quietude são tão poderosos?

Reflexão: Há um ditado: “Se você não pode ouvir meu silêncio você não ouvirá minhas palavras”. O que isso quer dizer?

Ação: Criar espaço no tempo. Na sua casa crie um espaço, um canto, talvez um quarto, que será o seu espaço de silêncio. E então crie um tempo ‘regular’ no qual você irá para lá e ficará nesse espaço e vai praticar tranqüilizar a mente sem usar a força, simplesmente estando quieto.

Fonte- www.stum.com.br/Brahma Kumaris

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