domingo, 30 de junho de 2013

VIDA MAIS ELEVADA - OS DESEJOS AS NECESSIDADES DE COMIDA OU SEXO - SRI AUROBINDO

VIDA MAIS ELEVADA - OS DESEJOS AS NECESSIDADES DE COMIDA OU SEXO 

- SRI AUROBINDO


Os desejos, a necessidade de comida ou de sexo, não pertencem à alma nem se originam nela.
São ondas ou correntes de sugestão que entram no ser, vindas da natureza universal.
Os desejos vêm de fora, entram no mundo vital subconsciente e sobem à superfície. É somente quando afloram e a mente os percebe que se tornam conscientes. Quando se vive na consciência verdadeira os desejos são sentidos fora da pessoa, vindos da natureza universal mais baixa e penetrando a mente e as partes vitais. Na condição humana comum isso não é percebido; os homens tornam-se conscientes do desejo somente quando ele já está lá, quando entrou e encontrou um abrigo habitual, e assim pensam que o desejo é deles próprios, parte de si mesmos.
Comida, livrar-se inteiramente do desejo demora muito tempo. Mas, se você pode uma vez expulsá-lo e percebe-lo como uma força que vem de fora e coloca suas garras no vital e físico, será mais fácil livrar-se desse invasor. Deixar-se ficar por demais acostumado a senti-lo como parte sua dificulta não só lidar com ele mas também remover o controle que exerce sobre você.
Quando o ser interno está guiando a consciência, torna-se fácil livrar-se do desejo, pois o ser interno em si mesmo não tem desejos, tem só aspirações e uma procura e amor pelo Divino e por todas as coisas que são o Divino ou tendem a Ele. O ser interno tem vontade própria; ele age sobre a natureza inferior e coloca um dedo de luz sobre todos os defeitos que são um obstáculo à realização evolutiva, separando e afastando tudo o que é misturado, ignorante ou imperfeito. Nunca está satisfeito consigo mesmo ou com a natureza vital, até que consiga torná-la perfeitamente receptiva ao Divino, livre de todas as formas de ego, entregue, simples. Isso é o deve ser estabelecido na mente, no vital e na consciência física antes que toda natureza do ser manifeste a supramente.
Só quando distanciamos e nos separamos do vital inferior, recusando considerar seus desejos e clamores como nossos, e quando cultivamos a equanimidade na consciência, é que esse vital é gradualmente purificado e se torna calmo. Cada onda de desejo deve ser observada com o máximo de quietude e de desapego, como se você estivesse observando algo fora de você; deve ser deixada passar, rejeitada da consciência, e em seu lugar deve ser firmado o verdadeiro movimento, a verdadeira consciência.
É o apego, a gula e a avidez pela comida que a torna indevidamente importante na vida. Perceber que algo é agradável ao paladar não é errado, apenas não se deve ter o desejo nem ansiar por isso; não se deve ter nenhuma exaltação por obtê-lo e nenhum desagrado ou queixa por não obtê-lo e nenhum desagrado ou queixa por não obtê-lo.
Coloque o elemento comida no lugar certo na vida, em um cantinho, e não se concentre nele. Estar sempre pensando em comida e perturbando a mente é a maneira errada de livrar-se do desejo de comida. Coma o alimento na quantidade certa ( nem mais nem menos), sem avidez ou repulsa, como o meio que lhe foi dado para manutenção do corpo; com o estado de espírito certo, ofereça-o ao Divino em você.
Não negligencie o desejo por comida nem lhe dê demasiado valor. Temos de lidar com ele, purificá-lo e dominá-lo, mas sem dar-lhe importância excessiva. Existem duas maneiras de superá-lo – uma pelo desapego, aprendendo a considerar a comida apenas como necessidade física e a satisfação do paladar uma coisa sem importância; a outra é ser capaz de tomar com neutralidade e sem resistência qualquer comida dada, seja ela declarada boa ou má pelos outros.
Sri Aurobindo adaptado de bases of yoga

POR QUE NOS SENTIMOS TÃO CANSADOS FREQUENTEMENTE - CÉLIA FENN

POR QUE NOS SENTIMOS TÃO CANSADOS FREQUENTEMENTE - CÉLIA FENN



Muitas pessoas que estão passando pela mudança de Índigo para Cristal percebem que a fadiga e o cansaço intensos são dois dos sintomas predominantes de sua mudança. Elas se sentem exaustas o tempo todo, e apenas querem dormir. E quando elas dormem, elas dormem profundamente e não querem se levantar.
Então, o que está acontecendo e por que nos sentimos assim?
O Arcanjo Miguel explica que há três processos diferentes que causam a fadiga. Estes são:
Clarificação do Corpo Emocional
Desintoxicação dos Corpos Físicos e Sutis
Consciência Multidimensional Plena
Cada um destes aspectos pode ser tratado de uma maneira diferente.
Clarificação do Corpo Emocional
No início do processo, nós passamos por intensa clarificação do corpo emocional. Isto envolve limpar a psique e o subconsciente de todos os velhos padrões de trauma e auto-sabotagem. A intensidade deste processo dependerá de quanta clarificação vocês já fizeram em preparação para a ascensão. Eu sou uma curadora, e ajudei muitas pessoas a se prepararem, mas realmente nunca encontrei o tempo para completar totalmente o meu próprio processo, assim quando eu atingi a transição, eu experienciei intenso processamento do corpo emocional por vários meses. As coisas simplesmente se derramaram do meu subconsciente, e eu tive sonhos estranhos e ataques de ansiedade, enquanto lutei para processar o trauma da minha criança interior. Este tipo de liberação do trauma é cansativo! Algumas pessoas não compreendem plenamente o que está acontecendo, pois elas fazem a maior parte de sua liberação através do trabalho do sonho à noite. Mas aqueles que sofrem ataques de ansiedade estão frequentemente fazendo este processo durante o dia.
Neste ponto vocês precisam ajudar a trabalhar com a liberação dos velhos padrões que estão sendo mantidos pela Criança Interior. Encontrem um bom terapeuta, façam um workshop, ou encontrem um bom livro, mas deixem ir os padrões da sua criança ferida!
E então compreendam que enquanto vocês estiverem fazendo esta clarificação, vocês ficarão exaustos. Vocês passaram a maior parte de sua vida reprimindo estas energias. Processá-las é um trabalho difícil. Mas vale a pena! Quando vocês terminarem, terão limpado a sua psique dos padrões subconscientes da auto-sabotagem e serão capazes de funcionar a partir de um espaço de completa clareza e de pureza de intenção.
DESINTOXICAÇÃO DOS CORPOS FÍSICOS E SUTIS
Este processo de profunda limpeza está associado aos processos mencionados acima. Quando as emoções são liberadas, assim são todos os velhos bloqueios e padrões mentais e físicos que estão associadas a elas. Estas velhas energias “tóxicas” são passadas através dos corpos sutis e clarificadas através do corpo físico. Além disto, quaisquer velhas toxinas que o corpo físico esteja mantendo, serão clarificadas neste momento.
Este processo de limpeza e de desintoxicação coloca um esforço considerável nos órgãos de eliminação, como os rins e o fígado. Por isto, muitos de vocês podem ter bolsas debaixo dos seus olhos, evidência do stress nos rins, e perturbações digestivas, tais como azia e gases, evidência de stress no fígado. Além disto, vocês podem experienciar dores nas articulações, que é também uma característica da desintoxicação, pois os excessos de ácidos são liberados a partir do seu armazenamento no organismo.
Além disto, estes processos de eliminação também os farão se sentirem cansados e poderão ser propensos a enxaquecas – todos sintomas de desintoxicação. Isto é porque vocês precisarão beber muita água pura e limpa e tentar ingerir uma dieta saudável, tanto quanto for possível.
PLENA CONSCIÊNCIA MULTIDIMENSIONAL
Esta é a parte mais emocionante, e acontece durante todo o processo. É responsável pelo “atordoamento”, que tantos de vocês estão sentindo. O Arcanjo Miguel me pediu para lhes explicar isto em termos de frequências de ondas cerebrais. Quando vocês entram na consciência multidimensional, vocês expandem a gama de consciência que o seu corpo pode lidar e as maneiras nas quais ele é tratado.
As frequências de ondas cerebrais são as seguintes:
Beta – consciência normal durante a vigília
Alfa – meditação leve
Teta – meditação profunda
Delta – o estado de sono ou a hipnose profunda
Gama – movimento rápido dos olhos, ou o estágio mais profundo do sono/hipnose, onde as operações podem ser realizadas sem dor.
Um ser tridimensional funciona no nível Beta, e entra em Alfa em estados de criatividade e de prece. Um ser da quinta dimensão funciona entre Beta/Alfa/Teta no estado normal de vigília.
Sua consciência multidimensional permite que a sua consciência mude para esta faixa, enquanto vocês estão despertos!!! Mas é isto o que causa a “fadiga”. Seu corpo sempre reconheceu Teta como um estado de relaxamento profundo, antes de dormir, e assim quando as suas ondas cerebrais mudam para Teta, elas lhes enviam uma mensagem para dizer que vocês estão cansados e prestes a ir dormir! E assim porque estamos condicionados a responder a esta sugestão com cansaço e sono, sentimos que precisamos ir dormir.
Um ser de sexta dimensão em treinamento para a plena Consciência Crística da 9D, estará aprendendo a se mover através de Delta para Gama no estado normal de vigília!! Agora o seu corpo acha definitivamente que está adormecido!! O truque é aprender a se mover com estes estados, sem entrar em pânico ou ficar “desorientado” como em um estado de sonho. Aqueles que estão fazendo este trabalho frequentemente se sentem como se estivessem vivendo em um mundo de sonho em câmara lenta, e isto é de fato, verdade.
Isto levará algum tempo para dominar, mas uma vez dominado, é a chave para a imensa criatividade e a manifestação de “milagres”. Neste profundo estado de consciência, podemos literalmente subjugar e moldar o tempo e a matéria com a pura intenção. Assim compreendam que o seu corpo está aprendendo a se adaptar a uma gama diferente de frequências de ondas cerebrais.
UMA NOTA DE CAUTELA
Por favor, tenham cuidado que quando em qualquer um destes estados acima, estejam cientes do seguinte:
Permaneçam ancorados. Trabalhem em se manter em seu corpo. Não tomem drogas recreativas e nem fumem neste momento; isto irá interferir com a expansão natural da consciência.
Distinguir entre o cansaço verdadeiro e a expansão da consciência. Sejam gentis com vocês. Caso se sintam cansados – descansem. Na verdade, vocês precisarão de quantidades significativas de descanso, enquanto passam por este processo. Se tentarem fazer coisas demais, provavelmente entrarão em exaustão de qualquer forma.
Tenham cuidado. Se estiverem dirigindo um carro, concentrem-se e foquem. Muitas pessoas estão tendo acidentes porque elas não têm conhecimento do que acontece quando o seu cérebro muda as frequências. É apenas uma questão de ficar ancorado e concentrado. Digam ao seu corpo e a sua orientação que durante a duração da viagem, vocês precisam ser capazes de se concentrar plenamente no que estão fazendo.
Relaxem – Isto passará. Em breve vocês se acostumarão a trabalhar com estas frequências diferentes. Eu comecei a ter muita diversão com o estado de sonho e de atordoamento, e estou aprendendo a usar a criatividade que isto gera. Estou também aprendendo como mudar as frequências à vontade. Sim, estamos verdadeiramente nos tornando Cristal ou Crístico.


Tradução: Regina Drumond – reginamadrumond@yahoo.com.br

PORQUE NOSSO CORPO CIRCULA LUZ - Jorge Carmona

PORQUE NOSSO CORPO CIRCULA LUZ 

- Jorge Carmona



Desenvolvi este artigo com base em uma discussão levantada por uma irmã na Internet. Fundamenta-se na descoberta de que nosso corpo é pura luz... leia:

Li há algum tempo na revista Dsalud um artigo que apóia tudo aquilo que para nós já é tão legítimo: que somos energia, somos seres de luz.

Vejam, então, que os nossos sisudos cientistas foram capazes de demonstrar que assim é: que os canais energéticos que as culturas orientais conhecem há milênios e que descobriram de forma empírica, por revelações, sabe-se lá como (de forma surpreendente para os racionais ocidentais) existem na realidade científica racional a qual estamos acostumados!! O que não passa por essa racionalidade e essa ciência não existe oficialmente. Pois bem, os chakras, os canais energéticos, os meridianos, a pura energia e o reiki, inclusive a conexão entre humanos, já existem para a ciência.

Em resumo:
 foi descoberto que a água dentro do organismo cristaliza em forma de cristal líquido (como as telas dos computadores), uma forma de cristalização que permite conservar as propriedades dos cristais óticos (sua capacidade de armazenar informação e vibrar a determinadas frequências) e dos líquidos (sua capacidade de fluir) ao mesmo tempo. Isto significa: ela é capaz de guardar memória!
Lembram-se das fotos dos cristais de água do Dr. Masaru Emoto?

Dito isto, não podemos esquecer que 75% de nosso corpo é água (para um bebê este percentual é de 95%), daí a importância desta descoberta.

A água conduziria os biofótons (informação eletromagnética) - o CHI, o Ki, o prana -, a velocidades inimagináveis através de nosso corpo. Céus! Por nossas veias (eletromagnéticas) circula luz!

Além disso foi descoberta uma rede ferroso-férrica de moléculas (de ferro) que graças às diferenças de potencial (geradas porque se oxidam e reduzem constantemente estas partículas) produzem energias eletromagnéticas que circulam por todo o nosso corpo, nutrindo-o e protegendo as reações bioquímicas (amplamente conhecidas por nossos cientistas) que sustentam nossa saúde. Casualmente estas redes são mais densas justamente em um local que coincide com um canal central diante da coluna, e possuem sete bolas de macromoléculas coincidindo com os lugares descritos como chakras, protegendo as glândulas mais importantes do organismo, onde se desenvolvem as reações bioquímicas essenciais para a vida.

Bem, o cristal líquido ficaria dentro das células e seria influenciado pelo campo magnético descrito, emitiria energia de determinados e diferentes comprimentos de onda para seu exterior, o que constituiria a aura, e captaria, como uma grande antena parabólica, informação externa.

Nossas moléculas de cristal líquido estariam fixadas dentro da rede ferroso-férrica, e serviriam como lugar de armazenagem de informação. A cientista que fez tão estupenda descoberta diz admitir que o ser humano seja formado por um corpo magnético, outro bioquímico e outro mental. Se o corpo magnético se desorienta ou danifica, deixa de proteger a estrutura bioquímica e a enfermidade surge. Se trabalhamos energeticamente sobre nosso organismo, reparamos a estrutura magnética e, conseqüentemente, a estrutura bioquímica também se recupera e, por extensão, a saúde.. Constantemente, através dos chakras, nosso corpo se nutre da energia que nos rodeia para poder funcionar bioquimicamente de forma correta.

Bem, isso é tudo. Podem ver de forma ampliada no seguinte endereço (em espanhol):
 http://www.dsalud.com/numero85_1.htm.

A reflexão seguinte é lógica e é uma consequência deste artigo.
 Se nosso corpo é luz e por ele circula luz, o mais lógico é que a luz do sol tenha um efeito de bateria de recarga sobre o mesmo. (…) Nosso corpo, por deficiências de alimentação e por costumes nocivos, perderia em alguns casos essa capacidade de distribuir luz harmoniosamente através de suas células, ocasionando problemas de saúde e estados de estresse.
A ação da luz solar teria o objetivo de regenerar e, posteriormente, recarregar todo esse circuito, para então recompô-lo, elevando sua vibração e desenvolvendo as partes ainda não acessadas de nosso cérebro (deixamos de utilizar cerca de 80%). Aí então poderemos estabelecer a reconexão com nosso mundo espiritual!!

Um abraço solar!!

Jorge Carmona
Solange Christtine Venturahttp://www.curaeascensao.com.br

sábado, 29 de junho de 2013

TEMPO

TEMPO

         

- Não deve contar na vida Espiritual.

    
Só conta o Propósito.



                    
"Aquele que quer aproximar-se da Perfeição Divina não se preocupa com o tempo; ele Trabalha com Elementos que pertencem a outra Dimensão e diz para si próprio:

Mesmo que isto me ocupe para toda a Eternidade, não me deterei.

             
Mesmo que não consiga chegar lá, continuarei.
Enquanto Caminho, estou vivo.»

                
A vida profissional, a vida social e a vida individual dos humanos obrigam-nos a ter em conta o tempo e para alguns isso torna-se uma obsessão: há encontros a que é preciso chegar a horas, horários de trabalho, dos comboios, dos aviões, da abertura e fecho dos estabelecimentos comerciais e dos serviços, etc.

Sem falar do tempo que é preciso tentar economizar, pois, como se diz, “tempo é dinheiro”.
       
O tempo comanda os Humanos.
Mas, na Vida Espiritual, o tempo não deve contar.

    
O Essencial é o Objetivo.
                          
E, mesmo que o Objetivo a atingir seja inacessível, pouco importa, é preciso continuar a avançar sem se preocupar com o Tempo."  
        
Omraam Mikhaël Aïvanhov
(Editora Prosveta)

A NECESSIDADE DE VENCER - OSHO

A NECESSIDADE DE VENCER - OSHO


 

“Quando um arqueiro atira por diversão
Ele está de posse de toda a sua habilidade.
Se atira para ganhar uma fivela de bronze
Já fica nervoso.
Se atira por um prêmio em ouro
Fica cego
Ou vê dois alvos – ele fica louco.
Sua habilidade não mudou.
Mas o prêmio deixa-o dividido.
Ele se preocupa,
Pensa mais em ganhar do que em atirar.
E a necessidade de vencer exaure suas forças.”

Agora, tente entender o sutra de Chuang Tzu: "A necessidade de vencer". De onde vem essa necessidade – a necessidade de vencer? Todo mundo está em busca da vitória, buscando vencer, mas porque surgiu essa necessidade de vencer?
Você não está de forma alguma consciente de que já é vitorioso, que a vida já aconteceu a você. Você já é um vencedor e nada mais é possível, tudo o que poderia acontecer já aconteceu com você. Você já é um imperador e não há nenhum outro reino a ser conquistado. Mas você não reconheceu isso, você não conhece a beleza da vida que já lhe aconteceu. Você não conhece o silêncio, a paz, a felicidade, que já estão presentes.
Porque você não está ciente desse reino interior, você sempre sente que algo é necessário, alguma vitória, para provar que você não é um mendigo.  
Qual é a necessidade de vencer? Você tem de provar a si mesmo. Você se sente tão inferior por dentro, você se sente tão ocioso e vazio – por dentro você se sente como se fosse um ninguém, por isso essa necessidade de provar. Você tem que provar que é alguém, e, a menos que você tenha provado isso, como pode ficar em paz?
Há duas maneiras, e tente entender que estas são as duas únicas maneiras. Uma delas é ir para fora, voltar-se para fora, e perceber que você é ninguém. Se você sair por aí, nunca será capaz de provar que é alguém. A necessidade permanecerá; na verdade, pode aumentar. Quanto mais você provar, mas vai se sentir como um mendigo; você vai se sentir assim sempre. Porque o mero ato de provar aos outros que você é alguém não faz de você alguém. No fundo, o sentimento de ser ninguém permanece. Ele continua açoitando o seu coração – o sentimento de que você é ninguém.
Conquistar reinos não vai ajudar, porque os reinos não vão entrar dentro de você e preencher a lacuna. Nada pode entrar em você. O que está fora permanecerá fora; o que está dentro permanecerá dentro. Não há um encontro. Você pode ter toda a riqueza do mundo, mas como você pode trazê-la para dentro para preencher o seu vazio? Não, mesmo com toda riqueza do mundo você ainda vai se sentir vazio, mais até, porque agora o contraste vai estar diante de você. É por isso que Buda abandonou seu palácio: ver toda a riqueza e ainda sentir o vazio interior, perceber que tudo é inútil.
Outra maneira é se voltar para dentro – não para tentar se livrar deste sentimento de ser ninguém, mas para percebê-lo. Isso é o que Chuang Tzu está dizendo: torne-se um barco vazio, apenas se volte para dentro e perceba que você é ninguém. No momento em que você perceber que é ninguém, você explode numa nova dimensão, porque, quando alguém percebe que é ninguém, também percebe que é tudo.
Você não é alguém, porque você é tudo. Como pode o tudo ser alguém? "Alguém" sempre será uma parte. Deus não pode ser alguém porque ele é tudo, ele não pode possuir nada porque ele é o todo. Apenas os mendigos possuem, porque as posses têm limitações. As posses não podem ser ilimitadas. “Ser alguém”  tem um limite, o “ser alguém” não pode ser sem limites, não pode ser infinito. “Ser ninguém” é infinito, assim como ser tudo. 
Na verdade, ambos são a mesma coisa. Se você está se movendo para fora, você vai sentir seu reino interior como um ninguém. Se você está se movendo para dentro, você vai sentir o mesmo ninguém como tudo. É por isso que Buda diz que shunya, o vazio absoluto, é brahman. Ser ninguém é perceber que você é tudo. Perceber que você é alguém é perceber que você não é tudo. E nada menos servirá.
Assim, a outra maneira é ir para dentro de si, não para lutar com esse sentimento de ser ninguém, não para tentar preencher esse vazio, mas para percebê-lo e tornar-se uno com ele. Seja o barco vazio e, então, todos os mares serão seus. Então você pode passar para o desconhecido, então não existirá qualquer impedimento para esse barco, ninguém pode bloquear seu caminho. Nenhum mapa é necessário. Esse barco avançará para o infinito. Agora todos os lugares são o objetivo, mas a pessoa tem que ir para dentro.
A necessidade de vencer é para provar que você é alguém, e a única maneira que conhecemos de provar isso é provar aos olhos dos outros, porque os olhos deles se tornam reflexos.
Qual é a necessidade de vencer? O que você quer provar? Aos seus próprios olhos você sabe que você é um nada, coisa nenhuma, e esse nada dói no seu coração. Você sofre porque você não é nada – então você tem que provar a si mesmo aos olhos dos outros. Você tem que criar uma opinião na mente das outras pessoas de que você é alguém, de que não é um nada. E olhando nos olhos delas você vai reunir  opiniões, a opinião pública, e por meio dela vai criar uma imagem. Essa imagem é o ego, não é o seu verdadeiro eu. É uma glória refletida, não é a sua própria – ela vem dos outros.
Este tipo sempre vai ter medo dos outros, porque eles podem pegar de volta tudo o que deram. Um político está sempre com medo do público, porque eles podem pegar de volta tudo o que lhe deram. É só emprestado; seu eu é um eu emprestado. Se você tem medo dos outros, você é um escravo, você não é um mestre.
Essa é a diferença entre o eu e o ego – o ego é um eu emprestado, ele depende dos outros, da opinião pública. O eu é o seu ser autêntico, não é emprestado, ele é seu. Ninguém pode pegá-lo de volta.
Veja, Chuang Tzu disse palavras bonitas:
“Quando um arqueiro atira por diversão
Ele está de posse de toda a sua habilidade”
Quando um arqueiro atira por diversão, ele está de posse de toda a sua habilidade. Quando você está brincando, não está tentando provar que você é alguém. Está à vontade, contente. Durante a brincadeira, apenas por diversão, você não está preocupado com o que os outros pensam de você.
Você já viu um pai numa luta simulada com o filho? Ele vai ser derrotado. Ele vai se deitar e a criança vai se sentar sobre o seu peito e rir, e dizer: “Eu sou o vencedor!” – E o pai vai ficar feliz. É só diversão. Na diversão você pode ser derrotado e ficar feliz. A diversão não é uma coisa séria, não está relacionada com o ego. O ego é sempre sério.
Então, lembre-se, se você é sério, você sempre está num tumulto interior. Um santo está sempre brincando, como se atirasse por diversão. Ele não está interessado em atirar num alvo específico, ele está apenas se divertindo.
Um filósofo alemão, Eugene Herrigel, foi ao Japão para aprender a meditar. No Japão eles usam todos os tipos de artifício para ensinar a meditar, incluindo o arco e a flecha. Herrigel era um arqueiro perfeito, acertava cem por cento. Nunca errava o alvo. Então ele procurou um mestre para aprender a meditar através do arco e da flecha, porque ele já era hábil nisso.
Depois de três anos Herrigel começou a sentir que aquilo era um desperdício de tempo, porque o mestre continuava insistindo que ele não deveria atirar. Ele dizia a Herrigel: “Deixe a flecha se lançar por si só. Você não deve estar presente quando aponta a flecha, deixe-a fazer ela mesma a pontaria.”
Era um absurdo. Para um ocidental em particular, era um completo absurdo: “O que quer dizer com isso, deixar que a flecha se lance por si só? Como uma flecha pode se atirar por si só? Eu tenho que fazer alguma coisa.” E ele continuava. E nunca errava o alvo.
Mas o mestre dizia: “O alvo não é o alvo coisa nenhuma. Você é o alvo. Eu não estou vendo se você está atingindo o alvo ou não. Essa é uma habilidade mecânica. Eu estou olhando para você, para ver se você está presente ou não. Atire para se divertir! Divirta-se, não tente provar que nunca perde o alvo. Não tente provar o ego. Ele já está lá, você está lá, não há necessidade de prova-lo. Fique à vontade e permita que a flecha atire a si mesma.”
Herrigel não conseguia entender. Ele tentou e tentou e disse repetidas vezes: “Se minha pontaria é cem por cento correta, por que você não me dá o certificado?”
A mente ocidental está sempre interessada no resultado final e a oriental está sempre interessada no começo, não no final – no arqueiro, não no alvo. O resultado final não tem importância. Então o mestre dizia: “Não!”
Então, completamente decepcionado, Herrigel pediu para ir embora. Ele disse: “Então eu terei que ir. Três anos é muito e não ganhei nada com isso e você continua dizendo não, e continua dizendo que ainda sou o mesmo.”
No dia em que estava para sair, ele tinha acabado de se despedir. O mestre estava ensinando outros discípulos. Naquela manhã, Herrigel não estava interessado em nada; ele estava partindo, tinha desistido de todo o projeto. Então, estava apenas esperando ali até que o mestre estivesse desocupado. Ele se despediria e iria embora.
Sentado em um banco, ele olhou para o mestre, pela primeira vez. Pela primeira vez em três anos ele olhou para o mestre. Na verdade, ele não estava fazendo nada; era como se a flecha estivesse atirando a si mesma. O mestre não estava sério, ele estava brincando, ele estava se divertindo. Não havia ninguém interessado no alvo.
O ego é sempre orientado para o alvo. A diversão não tem meta a alcançar, o divertimento está no início, quando a flecha deixa o arco. Se ela dispara, isso é acidental; se atinge o alvo, isso não é relevante; se atinge o alvo ou não, essa não é a questão. Mas, quando a flecha deixa o arco, o arqueiro deve estar brincando, se divertindo, sem se levar a sério. Quando está sério, você está tendo; quando não está sério, você está relaxado e, quando você está relaxado/à vontade, você está presente. Quando você está tenso, o ego está presente, você está entorpecido.
Pela primeira vez Herrigel olhou – porque agora ele não estava interessado. Aquilo não era mais da conta dele, ele tinha desistido da coisa toda. Ele estava indo embora, então não havia mais por que levar tudo a sério. Ele tinha aceitado o seu fracasso, não havia nada para ser provado. Ele olhou e, pela primeira vez, seus olhos não estavam obcecados com o alvo.
Ele olhou para o mestre e era como se a flecha estivesse atirando a si mesma do arco. O mestre estava só dando energia a ela, ele não estava atirando. Não estava fazendo nada, a coisa toda era feita sem esforço. Herrigel olhou e pela primeira vez entendeu o que significava.
Como que enfeitiçado, ele se aproximou do mestre, tomou o arco da sua mão e recuou a flecha. O mestre disse: “Você compreendeu. Isso é o que eu tenho dito para você fazer há três anos.” A seta ainda não tinha deixado o arco quando o mestre disse: “Concluído: o alvo foi atingido.” Agora ele estava se divertindo, ele não estava sério, ele não estava preocupado com o objetivo.
Essa é a diferença. A diversão não visa um objetivo, ela não tem objetivo. A diversão é apropria meta, o valor intrínseco, nada mais. Você se divertiu, é o que basta. Não há nenhum propósito, você brincou. Isso é tudo.
Quando um arqueiro está atirando por diversão, ele está de posse de toda a sua habilidade. Quando você está atirando para se divertir, você não está em conflito. Não há dois, não há tensão, sua mente não vai a lugar nenhum. Sua mente não está indo – então você está inteiro. Então a habilidade está lá.
Dizem de um pintor zen, um mestre zen... Ele estava fazendo um desenho, um projeto, para um pagode novo, um novo templo. Ele tinha o hábito de manter seu principal discípulo ao seu lado. Ele fazia o desenho, olhava para o discípulo e perguntava: “O que você acha?”.
E o discípulo dizia: “Não é digno de você.” Então ele o jogava fora.
Isso aconteceu 99 vezes. Três meses se passaram e o rei estava sempre perguntando quando o projeto seria concluído, quando o trabalho poderia começar. E um dia aconteceu: o mestre estava fazendo o projeto e a tinta secou, então ele disse ao discípulo para sair e preparar mais tinta.
O discípulo saiu e, quando voltou, ele disse: “O que? Você fez isso! Mas por que durante três meses não conseguiu fazer?”
O mestre disse: “Por sua causa. Você estava sentado ao meu lado e eu estava dividido. Você estava olhando para mim e eu estava preocupado com o resultado, não era divertido. Quando você ficou ausente, eu relaxei. Senti que não havia ninguém ali, fiquei inteiro. Eu não fiz este projeto, ele veio por si só. Durante três meses, ele não veio porque era eu quem o fazia.”
Quando um arqueiro está atirando por diversão, ele está de posse de toda a sua habilidade... porque todo o seu ser está disponível. E quando todo o seu ser está disponível, você tem uma beleza, uma graça, uma qualidade totalmente diferente de ser. Quando você está dividido, sério, tenso, você é feio. Você pode ter sucesso, mas seu sucesso vai ser feio. Você pode provar para alguém que você é alguém, mas você não está provando nada, você está simplesmente criando uma imagem falsa. Mas, quando você é total, descontraído, inteiro, pode ser que ninguém conheça você, mas você é.
E essa totalidade é a bênção, a bem-aventurança, a beatitude, que acontece a uma mente meditativa, que acontece na meditação.  Meditação significa totalidade.
Então, lembre-se, a meditação deve ser divertida, não deve ser um peso, um trabalho. Você não deve fazê-la como um homem religioso, você deve fazê-lo como um jogador. Como quem joga para se divertir. Você deve ser como um esportista, não como um empresário. Deve ser divertido, então toda a sua habilidade estará disponível, então ela irá florescer por si só. Você não será necessário. Nenhum esforço será necessário. Simplesmente todo o seu ser tem de estar disponível, toda a sua energia tem de estar disponível. Então, o florescimento vem por si só.
“Se atira para ganhar uma fivela de bronze, já fica nervoso...”
Se ele está numa competição apenas para ganhar um fivela de bronze, se algo deve ser realizado, um resultado é necessário, ele já fica ervoso, com medo. O medo vem: “Será que vou ter sucesso ou não?” Ele fica dividido. Uma parte da mente diz: “Talvez você tenha sucesso”; a outra parte diz: “Talvez você falhe.” Agora nem toda a sua habilidade está disponível, agora ele é meio a meio. E sempre que você está dividido, todo o seu ser se torna feio e doente. Você fica desassossegado.
“Se atira por um prêmio em ouro, fica cego ou vê dois alvos – ele fica louco...”
Vá ao mercado e observe as pessoas que estão atrás de outro. Elas são cegas. O outro cega mais homens do que qualquer outra coisa, o ouro ofusca os olhos completamente. Quando você está muito preocupado em ter sucesso, em chegar a um resultado, está muito ambicioso, quando você está muito obcecado pela medalha de ouro, você fica cego e começa a ver dois alvos. Você fica tão embriagado que começa a ver dois alvos.
Todo mundo está louco, fora da própria mente. Não são apenas os loucos que estão fora da mente, você também está fora da sua mente. A diferença é apenas de grau, não de qualidade; um pouco mais e a qualquer momento você pode cruzar a linha divisória. É como se você estivesse a 99 graus. Cem graus e você entra em ebulição, atravessou a fronteira. A diferença entre aqueles que estão em manicômios e aqueles que estão fora é só de quantidade, não de qualidade. Todo mundo está fora da própria mente, porque todo mundo está atrás de resultados, metas, propósitos. Algo tem que ser alcançado. Então, vem o nervosismo, o tremor interior, então você não pode ter quietude interior. E, quando você treme por dentro, o alvo se torna dois, ou mesmo quatro ou oito – então é impossível se tornar um arqueiro.
O arqueiro perfeito é sempre aquele que está se divertindo.
O homem perfeito vive a vida como se ela fosse uma diversão, uma brincadeira.
Veja a vida de Krishna. Se Chuang Tzu o tivesse conhecido, teria sido uma beleza. A vida de Krishna é divertida. Buda, Mahavira, Jesus, de um modo ou de outro parecem um pouco sérios, como se algo tivesse que ser alcançado – o moksha, o nirvana, o reino de Deus. Mas Krishna é absolutamente sem propósito – o tocador de flauta que vive apenas para se divertir, para dançar com as garotas, divertindo-se, cantando. Nenhum lugar para ir, está tudo aqui, então por que se preocupar com o resultado? Tudo está disponível agora, por que não aproveitar isso?
Se divertir-se é a indicação de um homem perfeito, Krishna é o homem perfeito. Na Índia, nunca chamamos a vida dele de Krishna charitra, seu caráter, nunca a chamamos assim. Nós a chamamos de Krishna leela, a sua diversão. Não é um caráter, não tem um propósito; é absolutamente despropositado.
É como uma criança pequena. Você não pode perguntar: “O que você está fazendo? Você não pode perguntar: “Qual é o significado disso?” Ela está se divertindo apenas correndo atrás das borboletas. O que ela vai atingir apenas pulando ao sol? A que fim esse esforço levará? A nenhum outro lugar! Ela não vai a lugar algum. Nós a chamamos de infantil e nos consideramos maduros, mas eu lhe digo que, quando você estiver realmente maduro, vai voltar a ser criança. Então, sua vida voltará a ser divertida. Você vai apreciá-la, cada pedacinho dela, você não vai ser tão sério. Um riso profundo vai se espalhar por toda sua vida. Será mais como uma dança e menos como um negócio; vai ser mais como cantar, cantarolar no banheiro, menos como fazer contas no escritório. Não vai ser matemática, vai ser apenas diversão.
“A habilidade dele não mudou.
Mas o prêmio deixa-o dividido.
Ele se preocupa,
Pensa mais em ganhar do que em atirar.
E a necessidade de vencer exaure suas forças.”
Se você parece tão impotente, tão sem forças, indefeso, a culpa é toda sua. Ninguém está exaurindo suas forças. Você tem infinitas fontes de poder, inesgotáveis, mas você parece esgotado, como se a qualquer momento fosse cair, sem que lhe reste nenhuma energia.
Para onde estão indo todas essas energias? Você está criando um conflito dentro de si mesmo – a sua habilidade é a mesma.
“A habilidade dele não mudou. Mas o prêmio deixa-o dividido. Ele se preocupa...”
Eu ouvi uma história. Aconteceu numa aldeia... Um homem pobre, filho de um mendigo, era jovem e saudável – tão jovem e tão saudável que, quando o elefante do rei passava pela aldeia, ele simplesmente agarrava o rabo do elefante e o animal não era capaz de se mover.
Às vezes era muito embaraçoso para o rei, porque ele ficava sentado sobre o elefante e todo o mercado se reunia e as pessoas riam. E tudo por causa do filho de um mendigo.
O rei pediu ao seu primeiro-ministro: “É preciso fazer alguma coisa. Isso é um insulto. Fiquei com receio de passar por aquela aldeia, e o menino às vezes visita outras aldeias também. Em qualquer lugar ele pode agarrar a cauda do elefante e ele não se moverá. Ele é tão forte, faça alguma coisa para esgotar sua energia.”
O primeiro-ministro disse: “Vou ter de consultar um sábio, porque eu não sei como esgotar sua energia. Não há nada para esgotar sua energia, porque ele é um mendigo. Se ele tivesse uma loja, sua energia poderia ser exaurida. Se ele estivesse trabalhando como escriturário num escritório, a energia seria descarregada. Se ele fosse professor numa escola primária, sua energia poderia ser esgotada. Mas ele não tem nada para fazer. Ele vive para se divertir, e as pessoas o adoram e lhe dão comida e leite, por isso nunca lhe falta comida. Ele está feliz, ele come e dorme. Por isso é difícil, mas eu vou.”
Então ele foi procurar um velho sábio. O Sábio lhe disse: “Faça uma coisa. Vá e diga ao rapaz que você vai lhe dar um rúpia de ouro todos os dias se ele lhe prestar um pequeno serviço – e o serviço é muito simples. Ele tem que ir ao templo da aldeia e acender uma lamparina. Ele tem apenas de acender uma lamparina, isso é tudo. E você vai lhe dar uma rúpia de ouro todos os dias.
O primeiro-ministro disse: “Mas como isso vai ajudar? Isso pode torna-lo ainda mais entusiasmado. Ele vai ter uma rúpia e vai se sentir cheio de energia. Ele nem mesmo se preocupará em pedir esmolas.”
O sábio disse: “Não se preocupe, basta fazer o que eu digo.”
Isso foi feito, e na semana seguinte, quando o rei passou, o menino tentou, mas não conseguiu, não conseguiu parar o elefante. Ele foi arrastado por ele.
O que aconteceu? Surgiu a preocupação, surgiu a ansiedade. Ele tinha que lembrar, durante 24 horas por dia ele tinha que lembrar que tinha de ir ao templo, todas as noites, e acender a lamparina. Isso se tornou uma preocupação, que dividiu todo o seu ser. Mesmo durante o sono, ele começou a sonhar que era noite: “O que você está fazendo? Vá e acenda a lamparina e pegue a sua rúpia.”
Então ele começou a guardar as rúpias de ouro – agora são sete, agora oito. Então começou a calcular que, dali a certo tempo, ele teria cem rúpias de ouro – e que essa quantia ia aumentar para duzentas. Entrou a matemática, acabou a diversão.  E ele tinha apenas uma pequena coisa a fazer, acender uma lamparina. Apenas um único minuto, nem mesmo um minuto, apenas uma coisa momentânea – mas tornou-se uma preocupação. E isso exauriu toda a sua energia.  
Se você está esgotado não é de admirar que a sua vida não esteja divertida. Você tem tantos templos e tantas lamparinas para acender, tantos cálculos na sua vida, que ela não pode ser um divertimento.
 
A habilidade dele não mudou – a habilidade é a mesma, mas o arqueiro, quando está atirando para se divertir, tem toda a sua habilidade disponível. A habilidade ele não mudou. Mas o prêmio o dividiu. Ele se preocupa. Surgiu a ansiedade, surgiu o nervosismo. Ele pensa mais em ganhar, agora não está preocupado em disparar a flecha. Agora a questão é como ganhar, e não como disparar a flecha. Ele passou do início ao fim. Agora o meio não é importante, o fim é importante, e sempre que o fim é importante a energia fica dividida, porque tudo o que pode ser feito é para ser feito com o meio, não com o fim. Os fins não estão em suas mãos.
 
No Gita, Krishna diz a Arjuna: "Não se preocupe com o fim, com o resultado. Basta fazer tudo o que é para ser feito aqui e agora e deixe o resultado para Mim, para a existência. Não pergunte o que vai acontecer, você simplesmente faz tudo o que é para ser feito. Fique preocupado com o meio e não pense no fim. Não seja orientado para os resultados."
 
Essa situação é bela e vale a pena considerar as frases de Chuang Tzu, porque Arjuna era um arqueiro, o maior arqueiro que a Índia já produziu. Ele foi o arqueiro perfeito.
 
Mas o fim entrou em sua mente. ele nunca tinha se preocupado, nunca tinha acontecido antes. Sua arte com o arco era perfeita, sua habilidade era total, absoluta, mas, vendo aquele grande cerco de Kurukshetra, dois exércitos se defrontando, ele ficou preocupado. Qual era a preocupação? Era que ele tinha amigos em ambos os lados. Era um assunto de família, uma guerra entre primos e irmãos, então todo mundo estava ligado. Aqueles que estavam do outro lado também tinham parentesco com os deste lado. Todas essas famílias e parentes estavam divididos, e estavam uns contra os outros – era uma guerra rara, uma guerra familiar.
 
Krishna estava lutando ao lado de Arjuna, mas seu exército estava lutando do outro lado. Krishna dissera: "Vocês me amam tanto assim que terão que dividir meio a meio. Um lado pode ter a mim, e o outro lado pode ter os meus exércitos."
 
Duryodhana, o líder do outro lado, era tolo. Ele pensou: O que vou fazer com Krishna sozinho – e seu exército é tão grande. Então ele disse: "Eu vou escolher o seu exército."
 
Então, Krishna estava com Arjuna e Arjuna estava feliz, porque um Krishna é mais do que o mundo inteiro. O que podem fazer os exércitos – pessoas inconscientes, adormecidas? Um homem desperto vale muito mais.
 
Krishna tornou-se de grande ajuda quando Arjuna ficou confuso e sua mente, dividida. No Gita dizem que, ao olhar para esses dois exércitos, ele ficou perplexo. E estas são as palavras que ele falou a Krishna: "Minha energia está esgotada. Sinto-me nervoso, impotente, não tenho mais forças" – e ele era um homem de habilidade perfeita, um arqueiro perfeito.
 
O seu arco é conhecido como gandiva. Ele disse: "O gandiva parece muito pesado para mim. Fiquei impotente, meu corpo está dormente, e eu não consigo pensar e não consigo ver. Tudo ficou confuso, porque são todos meus parentes e vou ter que matá-los. Qual será o resultado? Carnificina, tantas pessoas mortas, e o que vou ganhar com isso? Um reino sem valor? Eu não estou interessado em lutar, o preço é alto demais. Eu gostaria de fugir e me tornar um sannyasin, um renunciante, para ir para a floresta e meditar. Isto não é para mim. Minha energia está esgotada."
 
Krishna disse a ele: "Não pense no resultado. Não está em suas mãos. E não pense que você é o realizador, porque, se você for o realizador, então o fim está em suas mãos. O realizador é sempre o divino, e você é apenas um instrumento. Preocupe-se com o aqui e o agora, com o meio, e deixe o fim para mim. Eu lhe digo, Arjuna, que essas pessoas já estão mortas, elas estão fadadas a morrer. Você não vai matá-las. Você é apenas o instrumento para revelar-lhes o fato de que elas já foram assassinadas, já estão mortas. Até onde eu posso ver, vejo-as mortas. Elas chegaram ao ponto em que a morte acontece – você é apenas um instrumento."
 
O sânscrito tem uma palavra bonita, não há equivalente em inglês ou em português: é nimitta. Nimitta significa que você não é o realizador, você não é a causa, nem mesmo uma das causas, você é apenas o nimitta. Você é só como um carteiro – o carteiro é o nimitta. Ele chega e entrega uma carta para você. Se a carta contém insultos, você não se zanga com ele. Você não diz: "Por que você me trouxe esta carta?" O carteiro não está preocupado, ele é o nimitta. Ele não escreveu a carta, ele não fez nada, não está preocupado com ela. Ele apenas cumpriu o seu dever. Você não vai ficar zangado com ele. Você não vai dizer: "Por que você trouxe esta carta para mim?"
 
Krishna disse a Arjuna: "Você é como um carteiro, você tem que entregar a morte para elas. Você não é o assassino; a morte vem do divino. Elas já a obtiveram., portanto, não se preocupe. Se você não for matá-las, outra pessoa fará isso." Se este carteiro não fizer isso, então alguém mais vai entregar a carta. Não é uma questão de saber se você vai estar lá ou não, ou se está de férias ou doente, e a carta não será entregue. Um carteiro substituto fará isso. Mas a carta tem de ser entregue. Portanto, não se incomode, não fique preocupado desnecessariamente; você é apenas um instrumento. Esteja preocupado com o meio, não pense no fim, porque, se você pensar no fim, a sua habilidade está perdida, você fica dividido.
 
E essas foram as palavras de Krishna: "É por isso que você está se sentindo tão esgotado, Arjuna. Sua energia não foi a lugar nenhum. Tornou-se uma consciência – então você está dividido. Você está lutando consigo mesmo. Uma parte diz vá em frente, outra parte diz que isso não é bom. Sua integridade se perdeu. E sempre que a totalidade se perde, você se sente impotente."
 
Um homem tão poderoso como Arjuna diz: "Eu não posso carregar este gandiva, este arco é muito pesado para mim. Fiquei nervoso. Eu sinto medo, um medo profundo, uma ansiedade cresceu em mim. Eu não posso lutar."
 
A habilidade é a mesma, nada mudou, mas a mente está dividida. Sempre que você está dividido você fica sem forças, quando você fica indiviso você é poderoso. Os desejos dividem você, a meditação não o divide. Os desejos o levam para o futuro, a meditação traz você para o presente.
 
Lembre-se disto como uma conclusão: não se mova para o futuro. Sempre que você sentir a sua mente indo para o futuro, volte para o presente imediatamente. Não tente completar o salto. Imediatamente, no momento em que você pensar, no momento em que se der conta de que a mente foi para o futuro, para o desejo, volte ao presente. Fique à vontade.
 
Você vai fracassar várias e várias vezes. Muitas e muitas vezes você não vai conseguir, porque este se tornou um hábito arraigado, mas mais cedo ou mais tarde, cada vez mais, você vai ficar à vontade. Então a vida fica divertida, vira um brincadeira. E então você fica tão cheio de energia que ela transborda de você – uma enxurrada de vitalidade. E essa enxurrada é felicidade.
 
Sem forças, esgotado, você não pode estar em êxtase. Como pode dançar? Para dançar, você vai precisar de uma energia infinita. Exaurido, como você pode cantar? Cantar é sempre um transbordamento. Morto como você está, como pode orar? Somente quando você está totalmente vivo um agradecimento brota do seu coração, uma gratidão. Essa gratidão é a oração.