Uma Orientação Protetora
para Desânimo, Ansiedade, Insegurança, Depressão e Medo
(Sidarta Gautama, o Buda, em o Sutra Diamante,
do livro “O Buda nos Jardins de Jetavana” – www.bodigaya.com.br )
Mesmo o maior, mais bem alimentado e mais robusto elefante cairia exausto frente ao peso de uma mente aflita.
Mesmo o mais forte dos homens, capaz de matar feras com suas próprias mãos, será imediatamente derrotado pelas discriminações equivocadas e aflitivas que cultivar no esteio fértil de sua própria mente. Por esta mesma razão, oh bons e renomados discípulos, todos os seres em samsara ¹ estão sempre reclamando por mais disposição!
O que fazes não está certo nem errado, mas continuar envolvido pelos condicionamentos da mente sem conseguir mudar, ahhh, assim a mente cansa muito o corpo, mantendo-o sempre sob tensão. Nesse estado alterado de consciência, tomado de desejos e apegos por objetos grosseiros e ordinários da existência, tais como riqueza e glória, não se come bem, não se dorme bem, não se pensa bem.
Sem reconhecer a ilimitada energia disponível nas mentes livres dos sonhos ilusórios, vai-se em direção ao esgotamento, como todos os seres que buscam felicidade externamente, onde ela não pode ser encontrada. Semelhante ao mendigo que, por não saber da pepita de ouro no interior do forro de seu casaco, vagueia de porta em porta suplicando por uma migalha.
Todos os seres em samsara se encontram nessa mesma condição. Nascem, envelhecem, adoecem e morrem, era após era, atrás de algo “fora” de si mesmos que lhes traga sossego. Tudo experimentam nesta busca, menos a verdade acerca da condição natural da mente, que é totalmente despida de ansiedade, medo ou insegurança e, sendo assim, não se afeta por algo como depressão ou falta de energia.
A energia de cada um está onde sempre esteve, nem em maior, nem em menor quantidade, apenas bloqueada pelos incansáveis pensamentos aflitivos que, quando não atentos, cada pessoa segue qual uma carroça atrás de um cavalo. Esta vida dá condições inigualáveis para ampliar a consciência e interromper a ignorância que faz sofrer. Não devemos desperdiçar tal oportunidade preciosa.
Pois pergunto: do que serve uma represa estéril, que não move moinhos e não produz trabalho, alimento e alegria? Que valia terá isto quando tiverem de partir? Quanta dor brotará nos corações no momento da morte, ao se necessitar separar de posses?
Pois tão certo quanto o brilho deste sol aquece a terra, no momento oportuno, quando os méritos estiverem esgotados, suas mentes serão sacadas de seus corpos tão facilmente quanto o oleiro extrai um fio de palha da argila. Quando a hora chega - hoje, esta madrugada, amanhã ou depois - não importando quanto se tiver empilhado no cofre, nada se poderá levar junto, nem um grão de poeira. Ninguém, por mais amor que nos dedique, poderá nos acompanhar ou ajudar nesta hora. Nem amantes, nem mães, nem o melhor amigo. Todos apenas acenarão em despedida. Sequer o corpo, que os acompanha desde sempre, seguirá convosco. Sabem vocês, o tamanho do apego que tem por seus corpos? Pois as horas mais graves de suas vidas não se compararão a um milionésimo do que seja ter de deixar o corpo quando a morte ceifar a vida.
Não sejam ingênuos em pensar com indulgência sobre o momento da morte.
Se não se prepararem já, serão como o aldeão imprudente que, tendo sido avisado da proximidade de um tufão, permaneceu no mar em busca de pedras preciosas.
Dos sonhos de poder, riqueza, fama e prazeres, passada a felicidade ilusória, temporária e frágil, nada sobrará ainda que toda a vida tenha sido desperdiçada em tais acúmulos.
Compreenda-se, de uma vez por todas, que a única coisa que contará no momento de deixar este mundo será o estado mental que tiverem cultivado e os méritos criados através das atitudes de corpo, fala e mente. Os apegos serão como veneno nessa hora. Turvarão as suas mentes e danificarão a consciência.
Pratiquem com afinco a virtude das perfeições! Busquem com afinco a condição natural de suas mentes enquanto há tempo. Não é dado saber o momento e as circunstâncias da partida, preparem-se!
(...)
Minhas palavras não fazem distinção entre o nobre e o vulgar, entre o rico e o pobre. Eu mesmo, nessa vida, abdiquei a herança dos palácios e reinos de meu pai. Compreendo que rico é aquele que, mesmo possuindo um grão de arroz, mantém-no disponível para doar. Eis a verdadeira riqueza. Digo isso para livrar os seres da dominação e ausência de liberdade frente às imagens mentais ilusórias, pensamentos recorrentes equivocados e sofrimentos sem fim...
¹: ciclo do vir a ser não sendo
Em bondade, alegria e compaixão...
Projeto VID, Escola de Aprendizados para o Bem-viver
- Evolução em Natureza, Sabedoria e Humanidade -
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