segunda-feira, 18 de maio de 2009

CÁLCIO

Cálcio



A deficiência de cálcio em nosso organismo pode causar problemas sérios, como dificuldade em se recuperar de fratura de ossos, dores musculares, osteoporose, etc. Muitos pensam que para recuperar a falta de cálcio (a descalcificação) basta ingerir pílulas de cálcio ou substâncias ricas nesse elemento. Errado!! Por que? Porque o cálcio, para ser útil ao nosso organismo, deve estar presente dentro de nossas células. O problema é que o Cálcio (Ca) não consegue atravessar a membrana celular, nem para entrar, nem para sair [1]; ele é formado diretamente no interior da célula pelas mitocôndrias ali presente, a partir do Magnésio (Mg), que pode entrar para o interior da célula! Portanto, a mitocôndria é o elemento que executa a transmutação alquímica do magnésio em cálcio, no interior de nossas células! Portanto, se você está com sintomas de falta de cálcio, tome magnésio para repor sua deficiência de cálcio!

Por outro lado, se existir cálcio em excesso no nosso organismo, a natureza, não podendo expulsá-lo do interior das células, o destrói transmutando-o em Potássio e Hidrogênio (K + H); o hidrogênio gerado desta forma irá reduzir o valor do pH e o excesso de potássio irá atravessar a membrana celular e sair.

Em geral, o cálcio (Ca) encontrado em excesso no corpo humano vem principalmente do excesso de magnésio (Mg) ingerido; realmente, uma dieta contendo rotineiramente sal grosso ou cloreto de magnésio (MgCl2) pode recalcificar facilmente.

A natureza dispõe de múltiplos mecanismos para compensar a carência que provém, não da falta do elemento químico específico, mas de uma deficiência na produção da enzima que gera esse elemento, via transmutação. Às vezes, por exemplo, a descalcificação é devida à carência da enzima que transmuta o Sódio (Na) em Magnésio (Mg), mas, se for devida à carência da enzima que transmuta Mágnésio (Mg) em Cálcio (Ca) [segundo elo para se chegar ao cálcio], convém recalcificar pelo uso de Potássio (K) e Sílica (Si) orgânica. Assim, em pessoas que se submetem a regimes sem sal e, notadamente, nas que não ingerem Cloretos (Cl-), pode-se produzir uma descalcificação. Neste caso, pode-se recorrer à Sílica, que parece sem contra-indicações dentro de uma faixa de tolerância muito larga, o que permite seu emprego sem controle médico. Disso deriva seu grande interesse em Dietética.

A ação da sílica é rápida; as unhas quebradiças, sinal de uma descalcificação incipiente, ficam normais em questão de 15 dias através do uso de extratos ou chás.

Convém notar que o Dr. Charnot (do Marrocos) [1] observou o efeito inverso da Sílica mineral, que descalcifica os ossos e da Sílica orgânica, que, ao contrário, o recalcifica. Operando com cobaias tuberculosas, ele verificou que a tuberculose é acompanhada de uma descalcificação. Mas, antes do cálcio, o silício desapareceu, o que constitui um indício precoce de descalcificação. Administrando sílica orgânica, constatou-se uma rápida recalcificação das cavernas dos pulmões. Quando a sílica desaparece, o cálcio desaparece do osso. Administrando sílica orgânica, o cálcio volta, devido à transmutação biológica que ocorre em nosso organismo, a baixa energia.

Devemos notar, no entanto, que a formação de cálcio a partir do magnésio, transmutação que ocorre nas mitocôndrias, necessita da presença de um pouco de cálcio inicial nas células, que atuaria como uma espécie de "promotor" (catalisador) da transmutação. Se suprimirmos totalmente o cálcio, não haverá qualquer reação de transmutação. É preciso um mínimo desse elemento, mas é difícil determinar o "quanto" é esse mínimo.

Observa-se que a alimentação humana é carente em magnésio, por causa da industrialização. Comemos sal branco, pão branco, açúcar branco, tudo em detrimento de nossa saúde. Somente a administração de magnésio tem como resultado o aumento da taxa de calcemia (nível de cálcio) e o desaparecimento do raquitismo. Parece que as crianças, vítimas da hipocalcemia (nível baixo de cálcio), apresentam uma deficiência de ordem enzimática na transmutação do sódio (Na) em magnésio (Mg), de forma que se precisa fornecer mais magnésio do que o habitual a elas. A mesma coisa deve ser feita para as pessoas que fazem dieta sem sal, para evitar a descalcificação.

A dose média, aceitável por todos, sem inconvenientes, é de 1 grama para cada 10 kg de peso da pessoa, quando se usa Cloreto de Magnésio hexahidratado (MgCl2.6H2O), que pode ser dissolvido em água não calcárea na proporção de 10 g/litro. É melhor tomar um copo grande por dia a 10 g/l do que meio copo a 20 g/l [1].

Pode-se, também, usar Carbonato de Magnésio (MgCO3), que não é higroscópio, mas não se dissolve. Não tendo sabor, diferentemente do Cloreto, que é amargo, pode ser adicionado a sopas, molhos, purês, etc. Se for utilizado o Carbonato anidro, deve-se usar 1 g/25 kg diariamente. Logo, em forma de carbonato, usa-se 2,5 vezes menos do que em forma de cloreto.

Quanto ao magnésio contido nos alimentos, podemos ressaltar que o sal branco não o contém; o sal cinzento tem magnésio, mas é higroscópico e tende a empredar. A embalagem em sacos plásticos impermeáveis elimina esse problema. Os alimentos com forte teor em magnésio são as farinhas de cereais, mais do que os alimentos de carne ou os legumes verdes.

As doses citadas acima são administradas por 10 dias consecutivos, seguindo-se uma pausa de 10 a 20 dias sem consumo, ciclo que deverá durar de um a três meses, conforme o resultado que se obtiver, embora, raramente, seja necessário ultrapassar dois meses.


Referência:
[1] Salvatore de Salvo e Mara Teresa de Salvo, A Alquimia da Saúde, Biblioteca 24x7, São Paulo, 2008.

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