segunda-feira, 25 de maio de 2009

O LIVRO ( sem nome ) SEGUNDA PARTE/CONTINUAÇÃO 11

O LIVRO ( sem nome )

SEGUNDA PARTE

/CONTINUAÇÃO 11



- Hoje você vai me contar como foi finalmente desvendada a doença física do Cezar?



- Vou sim Lúcia. E foi muito interessante o que aconteceu.



- Conta lá!



- Bem, como sou “obediente” levei meu filho no neurologista novamente. Isso na segunda feira, logo pela manhã.

Quando fomos atendidos fui logo sendo chamada à atenção pelo médico que disse:

- Walkyria, você está insistindo em uma doença física que teu filho não tem, deixando de procurar ajuda psicológica como já te recomendei diversas vezes. Ele não apresenta nenhuma alteração física. Nem nas tomografias e muito menos nos eletro encefalogramas. Já tentamos tudo, inclusive eletro com sono induzido e nada de anormal acontece.

- Está certo meu amigo. Hoje será a última tentativa que faço. Gostaria muito que você presencia-se a crise, coisa que infelizmente nunca aconteceu. Nem com você nem com nenhum outro médico, dos tantos que já procurei. Respondi com "toda calma".



- Eu já tinha dado uns gritos com ele – disse Lúcia rindo.



- Ah, eu também menina. Mas estava "obedecendo ordens" já disse. Foi então que o David virou-se para o Cezar e falou:

- Não dá para você pedir ajuda e ter a dor de cabeça?



- Coitadinho do Cezar. Pedir para ter dor também já é demais.



- Não para ele. Calmamente respondeu: - Vou tentar. Enfiou a mão no bolso da calça onde estava a “guia das crianças”. Nem eu mesma sabia que havia trazido junto. Coisas de segundos e pronto : virou Hulk, e gritou tão alto que assustou à todos, médico, enfermeiras, pessoas que estavam na sala de espera saíram correndo de lá. Até eu mesma me assustei.



- Deve ter sido hilário. Que cena!



- Pois é. Como já te contei, depois da dor imediatamente ele dormia. E dormiu. Foi levado para a sala de exames e foi feito um eletro na hora.



- E não deu nada. Quer ver como vai dizer isso?



- Errado. Pela primeira vez o eletro deu alterado. O médico pediu então que o levássemos novamente para fazer tomografia. Naquela mesma hora. Cancelou todas as consultas e foi junto. Ao chegarmos no centro radiológico onde estivéramos havia poucos dias, toda a equipe lembrou do Cezar. E ficaram surpresos com o retorno. O neurologista tinha ido estacionar o carro e quando chegou me encontrou tentando explicar para o radiologista sobre a reação que o Cezar poderia ter. Este me olhou com cara de “esta mulher é doida” e disse : - Fique tranqüila, está tudo sobre controle.



- Você acha que o Cezar poderia ter novamente a tal dor uma vez que havia tido esta dor a pouco tempo?



- O normal, como acontecia normalmente não. Mas ele estava determinado a ter a dor novamente. Não falou, mas não quis me entregar a “guia”. Então...



- E teve a dor?



- Lúcia, o Cezar tinha 12 anos. Colocaram ele na mesa para fazer a tomo e com aquelas cintas de couro prenderam a cabeça e os braços dele. Mas a mão não. A mão estava no bolso segurando a guia. Você sabe que tomografia é um exame radiológico em cortes. Não sou médica, não sei explicar melhor. Mas para que entenda, são diversas imagens tiradas em seqüência. Até a sexta imagem nada aparecia. Foi quando o Cezar pediu ajuda para ter novamente a dor de cabeça.



- E teve?



- Sim, teve e arrebentou as cintas de couro. Sentou-se na mesa radiológica, colocou as mãos na cabeça e gritou alto e a bom som.



- Nossa! E qual foi a reação do radiologista?



- Correr! Foi um tal de sair gente correndo...



- E o que você fez?



- Oras, o que eu devia fazer : invadi. Fui para junto dele e o ajudei a deitar-se. Ele dormiu e puderam então continuar a fazer o exame.



- E o resultado?



- Da sétima imagem em diante lá estava o problema. Cezar tinha um tumor no celebro. Veja que interessante. Somente depois de tanto anos, te contando isso e não acreditando em coincidências, me dou conta que foi na sétima imagem.



- E?



- O nome da entidade que Francisquinho incorpora, a pomba gira : DONA SETE.



- Nossa! Não dá realmente para dizer que foi mera coincidência mediante todo o ocorrido.



- Continuando, o neurologista veio até mim e disse:

- Walkyria, com estes exames, com estas alterações, o melhor será você procurar imediatamente um neuro cirurgião.



- E você desmaiou de susto! – disse Lúcia.



- Não querida. Minhas reações quando um problema grave se apresenta é da maior frieza. Eu sempre tive a mais absoluta consciência que não podia contar com ninguém a não ser comigo mesma. Não podia e ainda não posso me dar ao luxo de deixar-me abater, pois ninguém “me dá colo” mesmo. Pego então na mão D´Ele e tenho toda a força necessária para seguir adiante. Depois, quando tudo passa, ai então eu “desmorono”. Antes não!



- Ah minha mimosa, e quem precisa de outro alguém quando temos o Pai a nos amparar?



- Sabe como eu sinto? Como Ser de nada mais preciso. Mas enquanto humana até que seria bom experimentar um aconchegante colinho.



- Tá bom...- rindo Lúcia continuou. E então, você levou o Cezar ao neuro cirurgião?



- Naquela tarde mesmo. Tinha um amigo desta especialidade que trabalhava no Einstein e fomos para lá a procura dele. E não encontramos. Férias! Lembre-se que estávamos na segunda feira da semana do carnaval. O único neuro que estava lá eu não conhecia. Mesmo assim, o Cezar foi atendido por ele. Olhou os exames e pediu um outro, ressonância magnética.

O Cezar fez o exame, e quando tudo pronto, diz o médico:

- Operação de urgência!



- Agora você desmaiou?



- Não. Fiquei é muito brava. Como de urgência? Fazia um ano que eu estava tentando descobrir o mal que atacava meu filho, e num repente vem esse homem e diz: precisa ser operado com urgência. Ora pois...



- Não deixou operar?



- Esta foi minha primeira reação. Afinal, para uma pessoa leiga como eu, tratava-se de abrir a cabeça de meu filho. E fui clara, dizendo para ele que gostaria de ter uma segunda avaliação antes de decidir pela operação. Foi então que ele me disse: - É um direito teu. Mas quero deixar claro que seu filho tem um tumor no celebro e este tumor pode matá-lo de uma hora para outra.



- AffMaria, que situação!



- Pois é. Neste momento, “senti” que deveria concordar. E foi isso que fiz, mas não sem antes deixar bem claro que estávamos na semana de carnaval, perguntando se não seria melhor deixarmos para a semana seguinte quando tudo passa a funcionar melhor neste Pais. A resposta foi um redondo NÃO! Fiz ainda algumas ponderações que não vale a pena registra aqui e agora. Tudo esclarecido, perguntei:

- E quando ele deverá internar?

- Amanhã – foi a resposta.

Daí por diante, começaram a acontecer coisas inusitadas, que com certeza você gostaria de lá estar para rir muito.



- Para rir? E por quais motivos, dentro de um quadro tão sério?



- Linda menina, entenda que dentro de uma situação aparentemente catastrófica, quando a Paz nos invade, essa Paz que nos deixa confiante, quando temos a certeza do amparo do Pai, devemos permitir que a alegria permeie nosso Ser. Quando você está alegre...



- Ao Anjos todos se aproximam. Disso eu sei, pois isto já experimentei várias vezes.



- Então! Vou te contar e me diga se não ia se divertir muito. O hospital Albert Einstein é basicamente uma instituição judaica. Depois, todos os procedimentos lá efetuados seguem normas rígidas procurando sempre o melhor no conceito médico. Ao internar, na terça feira pela manhã, o Cezar foi logo levado para realizar um exame : Angioplastia. Ainda como leiga vou te dizer que neste exame é introduzido um cateter na veia coxo femural que leva até o celebro, no caso dele, uma pequena câmera que vai filmando e projetando em uma tela de computador. É mais ou menos isso. Mais mais do que menos. Mas o tal exame é feito em uma sala cirúrgica, toda esterelizada. Ai começou o problema.



- Qual problema?



- A “guia das crianças” Lúcia. Cezar disse alto e a bom som que não faria droga de exame nenhum se não pudesse te-la com ele.



- E ai? Como foi feito?



- Também “por coincidência” o radiologista era espírita. Pegou a “guia” colocou dentro de um pacote cirúrgico e esterelizou. Entregou para o Cezar que foi então fazer o exame. E tudo correu maravilhosamente bem. O Cezar, com a guia na mão, apontava para o visor do computador e dizia : - Vai mais para a esquerda, ai não é o lugar certo...Agora para direita um pouquinho...mais baixo... Nem bem dera entrada no hospital e já estava famoso!



- Ah, eu queria mesmo estar lá. Muitos anjos viriam se juntar a nós.



- E por falar em famoso, que tal um chimarrão? Vou ficar tão alegre que uma batalhão de Anjos virão brincar conosco.

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