quinta-feira, 14 de maio de 2009

O LIVRO ( sem nome ) SEGUNDA PARTE/CONTINUAÇÃO 03

SEGUNDA PARTE

Continuação 03



- Estava acontecendo... era a mãe dele então. Por isso ele também viu e ouviu.



- Sim, era a mãe dele. Imediatamente Maia colocou a mãe no carro, com a perna direita com fratura exposta, e fomos para o hospital. Em lá chegando, também tive que ser socorrida pois estava com sangramento intenso. Abortei.



- Que pena que não damos atenção aos avisos. Ainda que seja apenas um sinal, devemos ficar atentos.



- E este relato ainda não terminou. Teve outras conseqüências que acredito serem importantes você saber.



- Quais? Conta tudo então.



- Como eu disse, minha sogra teve uma fratura exposta na perna direita. Foi radiografada e engessada. O prognóstico médico era de sessenta dias de gesso. Passado o tempo, retorno, e nada. A fratura permanecia, não estava havendo reconstituição do osso. Todos os recursos médicos e medicamentosos estavam sendo usado, e sem efeito algum.

Dois meses, três meses, quatro meses, cinco...



- Caramba mimosa, e nada acontecia?



- Não, a imagem era a mesma. Os médicos marcaram então uma cirurgia. Iriam tirar um pedaço de osso do fêmur e colocar no espaço que faltava na perna. Este procedimento seria muito doloroso para ela, e a recuperação levaria muito tempo mais. Foi somente ai, na perspectiva de mais dor e sofrimento, com cirurgia marcada para a semana seguinte, que todos concordaram com meu pedido de procurar ajuda espiritual.



- Foram então procurar um pai de santo?



- Não criança. Eu havia ouvido falar de um padre que fazia curas, em uma igreja católica. Fomos então, Sila – quem vem a ser prima do Maia e eu, procurar o tal padre.



- Um padre mesmo, da Igreja Católica?



- Sim. No salão paroquial ele atendia as pessoas. Era assim uma coisa meio escondida. Somente com indicação e compromisso de sigilo. Em lá chegando, na minha vez de ser atendida, o padre fez impostação de mãos sobre minha cabeça e fez uma oração. Isso sem dizer uma palavra sequer. Nem perguntou nada nem explicou nada.

Depois de um tempo, disse ele assim:



- Preciso ir até tua casa para fazer uma limpeza. Tem lá muitas energias escuras que estão afetando uma pessoa que está acamada.



- Precisa ir na minha casa, ou na casa desta pessoa?



- Na casa dela, o que vem a ser a mesma coisa.



- Pedi a ele então que fosse o mais breve possível, pois esta pessoa deveria se submeter a uma cirurgia que lhe traria muita dor e sofrimento. O dia que ele estava disponível para ir era bem um dia antes da cirurgia. Na verdade o dia em que ela seria internada para se preparar cirurgicamente.



- E ele foi?



- Sim, fomos buscá-lo pela manhã. Andou pela casa inteira, todos os aposentos, benzendo e orando. Por último, fez impostação de mãos sobre a cabeça dela, orou, abençoou e encerrou ai sua visita.



- E quanto cobrou? – perguntou Lúcia. Pergunto por que quando se trata de Igreja Católica, tudo tem que ser pago.



- Católica apenas? Oras menina, porque esta inverdade? Mas neste caso e este padre em especial, quando foi perguntado o quanto devíamos, ele apenas sorriu e balançou a cabeça, num dizer mudo : não há custo em se fazer o Bem.



- Maravilha. É esta a verdadeira caridade. E tua sogra operou? Ficou boa? Sofreu muito?



- Esta é a melhor parte. Lembre-se que fazia apenas uma semana que haviam radiografado e por não ter nenhuma melhora marcaram cirurgia. Chegando à tarde, ela foi levada ao hospital e claro fui junto.



- Claro, a dona encrenca tinha que ir junto – disse Lúcia sorrindo.



- Pois é. Em lá chegando foi feita a internação e pedi para falar com o ortopedista que iria operá-la. Ele já tinha ido embora. Já me vi dormindo no hospital. Ai está uma coisa que não gosto. Á noite, vieram prepará-la para a cirurgia que seria a primeira na manhã seguinte.



- E você dormiu no hospital?



- Fiquei é claro. Não queria correr o risco de ir para casa e ao voltar ela já ter sido operada. Quando amanheceu e vieram buscá-la para levá-la ao centro cirúrgico, pedi para falar com o médico que iria operá-la. Ele não havia chegado. Estava a caminho. Então, ela adentrou ao centro cirúrgico e eu fiquei de plantão na porta do mesmo.



- Imagino tua cara : daqui não saio daqui ninguém me tira.



- Mais ou menos isso. Quando o médico chegou e tentou entrar no centro cirúrgico, lá estava eu. Estou brincando na maneira de falar porque você me leva a brincar. Eu conhecia o médico. Tinha amizade com ele o que me permitiu pedir que antes de operar que ela fosse radiografada. Ele me respondeu que seria desnecessário expô-la a radiação uma vez que as últimas radiografias haviam sido feitas a poucos dias. Disse que certamente não tinha havido mudanças, mesmo porque estas mudanças não seriam possíveis de acontecer em breve espaço de tempo.



- E ai você bateu nele? Perguntou Lúcia rindo muito.



- Não foi preciso criança. Ele era meu amigo o suficiente para eu dizer : por favor, faça isso por mim. E ele fez, já com minha sogra deitada na mesa de cirurgia e pré anestesiada.



- E o resultado qual foi?



- Osso calcificado. Curada. Um pouco de fisioterapia e ela estava andando toda serelepe novamente.



- Puxa Wal, que bom. Pena que não possamos dizer o mesmo de teu bebê.



- É menina, foi uma pena mesmo. Era uma criança do sexo feminino. O filha que não tive. Isso por ter desacreditado no que me disse Izildinha.



- Izildinha? Era assim que a menina se chamada?



- Ah menina Lúcia. Não apenas disse que se chamava Izildinha, mas contou também onde seu corpo físico foi colocado quando de sua passagem.



- Nossa!!! E você foi lá para conferir?



- Fui sim. E encontrei o lugar, que tinha uma plaquinha com a foto da menina. A mesma menina. Somente me restou pedir perdão. E é no agora, te contando isso, que estou também me perdoando.



- Wal, me diz uma coisa. Com tantas provas que estava tendo, foram elas que te levaram a se dedicar ao estudo da espiritualidade?



- Não. Vou fazer uma imagem para que possa me entender. Haviam duas Walkyria. Uma delas, a Criança que vive em mim, coloquei dentro de uma pirâmide de cristal. Ela ficou lá adormecida, quietinha. A outra Walkyria, esta tinha uma determinação : seguir o fluxo da Vida atendendo as solicitações que lhe eram impostas pela sociedade, mas com um fim determinado : queria e tive meus filhos

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