quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

O PASSE NO CENTRO ESPÍRITA - Therezinha Oliveira


O PASSE NO CENTRO ESPÍRITA 

             - Therezinha Oliveira




Entrevista com Therezinha Oliveira
Fonte:  CVDEE - Centro Virtual de Divulgação e Estudo do Espiritismo - www.cvdee.org.br
Tema : O passe no Centro Espírita


01.Qual a importância do passe no centro espírita?

Resposta: O passe na casa espírita representa um bom recurso de auxílio às pessoas que estejam enfermas, ou desgastadas emocionalmente ou, ainda, sob assédio de maus espíritos. Não deve ser a atividade única nem a mais importante na casa espírita, e deve estar sempre associado à tarefa de esclarecimento e orientação doutrinária do assistido, porque o objetivo primordial do Espiritismo é o progresso intelecto-moral da humanidade e não o simples e momentâneo alívio de seus males.

02.Você acha que os passes dispersivos são sempre necessários? 

Resposta: Sempre, rotineiramente, não, mas costumam preparar melhor o assistido para a recepção das novas energias.

03.Em um ataque epiléptico, qual tipo de passe devemos utilizar?

Resposta: O ataque epiléptico resulta de uma disritmia cerebral. Durante ele, é necessário alguns cuidados físicos: não mexer na pessoa senão o necessário para colocar sua cabeça em posição favorável e procurar evitar que ela “engula” a própria língua. Espiritualmente, ficar em oração, rogando o auxílio do plano espiritual. Quando a pessoa retornar ao normal, reconfortá-la fraternalmente e aplicar um passe de refazimento.

04.E nos casos de possessão?

Resposta: Passes dispersivos são os mais aconselháveis, num primeiro momento, para retirar fluidos dos quais o obsessor se está utilizando para agir sobre o obsidiado. Quando este já estiver liberado (ainda que momentaneamente) do assédio do obsessor, aplicar, então, passes de refazimento, de transmissão de energias boas, das quais ficou desgastado.

05.O passe só pode ser dado no centro espírita? 

Resposta: De preferência, sim, porque o centro espírita conta com especial assistência de espíritos e recursos fluídicos de que outros locais não dispõem, porque visa ao atendimento do público em geral e precisa estar devidamente aparelhado para isso. O passe também poderá ser aplicado em outros locais, como socorro de emergência ou quando os assistidos não possam se dirigir ao centro espírita. (por exemplo: enfermos acamados, em seus lares ou nos hospitais) mas, nesses casos, convém observar certos cuidados, como é orientado em nosso livro Fluidos e Passes.

06.Se alguém nos pedir para irmos à sua casa dar um passe em alguém obsedado, devemos ir? 

Resposta: Como os lares não costumam apresentar condições ideais para esse trabalho, é preferível começar a ajuda pela assistência à distância, até que haja condições de o obsedado ser trazido ao centro espírita para um atendimento mais direto.

07.Qual a alimentação mais apropriada que o médium deve ter antes do trabalho do passe? E após? 

Resposta: A alimentação do passista, usualmente e não apenas antes do trabalho de passe, deve ser saudável e comedida. Após a aplicação de passes, às vezes o passista sente necessidade de se alimentar melhor, talvez para compensar as energias despendidas.

08.Como podemos saber se temos o dom de dar o passe? Mesmo sem ter conhecimentos profundos podemos aprender a dar o passe?

Resposta: Para saber se somos médiuns ou não, é preciso experimentar, diz Kardec. O mesmo se pode dizer sobre a aplicação de passes. Poderemos experimentar dar passe mesmo sem ter conhecimentos profundos a respeito; mas, quem nenhum conhecimento tem sobre o passe, quem ignora que é preciso o preparo do assistido e o que pode ocorrer durante o passe; então, é preferível se abstenha de dar passe, até obter o necessário know-how a respeito.

09.De acordo com O Livro dos Médiuns toda ação por parte do homem seria secundada por espíritos afins com o objetivo do ato. Se pensarmos assim podemos afirmar que não há o chamado "passe magnético", como classifica Kardec, e sim apenas o "humano-espiritual"?

Resposta: Geralmente, costuma haver, mesmo sobre os magnetizadores, a assistência de bons espíritos, sendo, portanto, o passe humano-espiritual; o que não quer dizer que o magnetizador não possa agir de si mesmo e, neste caso, seu passe é magnético.

10.Trabalho no passe buscando o preparo de bons pensamentos e vibrações antes de iniciar a tarefa, mas durante o passe sinto meu corpo bem quente, minhas mãos ficam em grande temperatura. Isso é normal? 
Resposta: Significa, apenas, que está em grande ação magnética, o que é natural.

11.Gostaria de saber com qual idade o jovem pode começar a trabalhar no passe? 

Resposta: Talvez seja aceitável a idade mínima de 16 anos, por já haver bom desenvolvimento físico e também certa definição de caráter e conduta. Mas não há uma idade determinada, como também não o há para o exercício mediúnico. É mais uma questão de maturidade espiritual e de estar saudável e habilitado pelo estudo para essa prática.

12.Para dar o passe, basta freqüentar o centro e estar fazendo curso?

Resposta: Não; é indispensável, ainda, estar bem de saúde física e em equilíbrio espiritual (que só se mantém com um bom proceder), e alimentar um sincero desejo de ajudar o próximo.

13.Tenho gripe com freqüência. Posso dar passes quando ainda não estou completamente curada? 

Resposta: Desde que não esteja debilitado fisicamente, o passista pode aplicar passes. Apenas nos casos de enfermidade grave e prolongada é que estará em carência de energias boas e, então, deverá evitar de aplicar passes, pois não terá energias para doar.

14.Aqueles paranormais que entortam garfos seriam bons passistas? 

Resposta: Os verdadeiros sensitivos, quando revelam a capacidade de agir sobre a matéria, poderiam ser bons passistas. Aliás, todos nós, quando saudáveis e equilibrados, podemos transmitir energias a outrem.

15.De que forma a pessoa que transmite o passe fica sem ser atingida por energias baixas das pessoas que atende?

Resposta: Pela simples razão de que não fica em atitude receptiva mas emissora, portanto, não é obrigatório que esteja assimilando nada do assistido, embora possa perceber se este está em desequilíbrio. É para estar bem e preparado e evitar qualquer ocorrência indesejável que o passista se prepara previamente, com vigilância e oração, antes de começar a aplicar o passe.

16.Podemos dar o passe involuntariamente? 

Resposta: Às vezes, sem o saber estamos doando energias para alguém por o observarmos penalizados, quem sabe com vontade de ajudar; também pode alguém atrair para si as nossas energias. Não deixa de ser uma transmissão de energias, um passe, embora não tenha sido feito consciente e voluntariamente.

17.Eu gostaria de saber como uma pessoa que chega a uma casa espírita para tomar um passe, pode ter certeza de estar recebendo energias boas e o que acontece quando o passista está em desequilíbrio? 

Resposta: É preciso que observemos o ambiente da casa em que adentramos para receber o passe: se os trabalhos se processam com disciplina e boa orientação doutrinária, sem cobrança pelos serviços prestados, etc. Se assim for, é de se presumir que os seus trabalhadores igualmente estejam bem orientados e preparados para o serviço de passe.

Se o passista estiver em desequilíbrio, não terá boas energias para transmitir ao assistido. Este, porém, não assimilará a perturbação do passista, a não ser que ofereça sintonia mental e fluídica para tanto.

18.O que acontece no momento do passe com quem dá e com quem recebe?

Resposta: O passista, desejando ajudar alguém com o passe, atrai a assistência de bons espíritos, que o auxiliam a direcionar os fluidos para o assistido. Se o assistido estiver receptivo, sua mente adere à idéia de trabalho restaurativo e começa a sugeri-lo a todas as células do corpo físico. No dizer de André Luiz (Cap. XXII de Mecanismos da Mediunidade), assim que se estabelece o clima de confiança entre o socorrista e o necessitado, forma-se um elo de forças entre eles, pelo qual verte o auxílio da esfera superior, na medida dos créditos de um e de outro.

19.De que forma posso melhor aproveitar o momento do passe? E como ele pode me proteger no dia-a-dia? Ou o que devo fazer para que ele me proteja no dia-a-dia? 

Resposta: Para um bom estado receptivo das energias do passe, acalme seu coração, pacifique sua mente, eleve seu pensamento a Deus, confiando na misericórdia divina, e ore silenciosamente, pedindo que lhe sejam proporcionadas as bênçãos de que precisa, para prosseguir vivendo e cumprindo seus deveres para com Deus, consigo mesmo e com o próximo. O passe lhe fortalecerá fluidicamente e a prece atrairá para você o amparo dos bons espíritos, como ajuda misericordiosa de Deus, para que você tenha equilíbrio e boa disposição para viver. Mas, o que fará você estar protegido no seu dia-a-dia, será o bem que você pensar e fizer, porque a justiça divina só dá a cada um segundo as suas obras.

20.Ouvimos comentário que numa casa espírita as crianças, durante a reunião pública, têm aulas de evangelização e por isso não necessitam receber o passe, apenas os adultos o recebem. Isto está correto?
 
Resposta: As crianças saudáveis e equilibradas realmente não precisam receber passe, como também não o necessitam os adultos igualmente saudáveis e equilibrados. Mas para as crianças enfermas, ou que apresentem perturbação ou desequilíbrio, será benéfica uma adequada transmissão de energias, para o que haverá na casa espírita reuniões especializadas de assistência espiritual.

21.Um bebê que ainda não foi batizado em nenhuma religião pode receber o passe? E é aconselhável fazê-lo para proteger a criança? 

Resposta: O batismo é uma prática exterior adotada em algumas religiões cristãs mas não é prática indispensável para a vida e bem-estar de ninguém. Quem reencarna já está abençoado por Deus com a oportunidade de uma nova existência corpórea. A criança recém-nascida também não precisa de passe, a não ser quando enferma ou desequilibrada. Se queremos pedir a proteção divina para a criança, basta orarmos com sinceridade e amor por ela.

22.Podemos curar doenças através do passe?

Resposta: Sim, quando a possibilidade exista dentro das leis divinas e dependendo do tipo de fluidos que transmitimos e do efeito restaurador que eles possam ter sobre algum órgão corpóreo em desgaste ou em desequilíbrio funcional.

23.Os passes podem melhorar o estado de melancolia aparentemente muito comum numa pessoa deprimida? 

Resposta: Sim, se a pessoa estiver bem receptiva, haverá de sentir certa melhora em seu estado geral. Entretanto, não bastará isso para superar de todo o seu problema, pois é nosso modo de pensar e sentir que causa o nosso ajuste ou desajuste espiritual.

Conforme o caso, portanto, será preciso que a pessoa seja esclarecida e ajudada para sair do seu estado depressivo, embora o passe a alivie momentaneamente.

24.Quanto tempo deve durar o passe? 

Resposta: Não há um tempo determinado para que a transmissão de energias entre passista e assistido se conclua. Na casa espírita, como o passe é feito com assistência dos espíritos, costuma ser de 40 segundos, mais ou menos.


25.Há alguma ligação entre o hipnotismo e a terapia do passe?

Resposta: Do passe espírita, propriamente dito, não.

26.Quais são e de onde são tirados os fluidos envolvidos no processo do passe? 

Resposta: Como vimos em resposta anterior, costumam ser originados do próprio passista ou do plano espiritual. Também podem ser trabalhados no passe, derivados do fluido universal.

27.É real o fato de pessoas terem o poder de fazerem plantas crescerem com a imposição das mãos? Até "ressuscitá-las"? Pode-se dar passes em animais? 

Resposta: Podemos influir beneficamente sobre o reino vegetal e o animal, mas em determinados limites, pois plantas e animais acusam prejuízos quando é demasiado insistente a magnetização que lhes impomos. Convém restringir a nossa atuação nesse campo com ligeira imposição de mãos e uma prece para que espíritos benévolos e experientes na ajuda a plantas e animais utilizem em favor deles as nossas energias.

28.Sobre o modo e técnicas de aplicação do passe. 

Resposta: Como foram várias as perguntas a este respeito, vamos agrupá-las e
dar, em seguida, uma única resposta.

Quais são os tipos de passes?

Kardec, diz superficialmente sobre a simplicidade na aplicação do passe (apenas imposição de mão) e Herculano Pires reforça essa afirmativa. Mas em todos os cursos que se faz de passes fala-se nas técnicas (longitudinal, transversal, circular etc), e André em seus livros menciona algumas dessas técnicas.

Eis a minha pergunta: Essas técnicas são corretas ou apenas com a simples imposição de mãos no chacra coronário é suficiente?

Na nossa Casa Espírita houve uma certa divergência quanto aos procedimentos para se aplicar o passe. A maioria dos trabalhadores vieram da Federação Espírita do Estado de São Paulo, onde se seguem as orientações de Edgard Armond. Aqueles que são filiados à USE têm outro procedimento. Então decidiu-se pela simplificação do passe, com a simples imposição de mãos, seguindo a linha que parece ser utilizada pela maioria, atualmente.

Com a finalidade de nos mantermos atualizados, gostaria de saber quais os tipos de passe que são utilizados hoje em dia, nas Casas Espíritas. É indispensável a gesticulação das mãos, nos passes dentro do Centro Espírita?
Que dizer das práticas que recorrem a gestos dos mais variados, impondo uma espécie de "mecânica" do passe? Não seria mais eficaz a simples e fraterna imposição de mãos?

Algumas instituições Espíritas fazem campanha contrária ao uso de técnicas na aplicação de passes em algumas Casas Espíritas (técnicas que foram estudadas por diversos magnetizadores) afirmando que Jesus apenas utilizava a imposição das mãos. Qual seria a postura correta diante desta questão?

Qual a importância das técnicas utilizadas na aplicação do passe e que foram desenvolvidas após anos de estudos por antigos magnetizadores como Mesmer, Puysegur e outros?

R: Os amigos espirituais nos dizem que se pode recorrer à fórmula que mais nos inspire confiança. Convém, apenas, não criarmos polêmicas inúteis entre nós nem exagerarmos na gesticulação. As técnicas utilizadas pelos antigos magnetizadores têm a importância que lhe atribuem os seus estudiosos e praticantes, não sendo, porém, prática indicada para a casa espírita, em que os passes não são feitos apenas com o magnetismo humano mas com a ajuda dos bons espíritos. No C.E.A.K., em Campinas, costumamos orientar os passistas a procederem como está em nosso livro Fluidos e Passes:

1) Procurar estabelecer o contato mental e fluídico com o assistido.

2) Breve imposição das mãos sobre a cabeça do assistido, para 'carregar' de fluidos a serem transmitidos.

3) Aplicar, então, o passe longitudinal, algumas vezes; se houver intuição a respeito ou notar necessidade, aplicar, também, passes rotatórios ou transversais.

4) Encerrar com uma imposição.

29.Como dirigente do grupo de passes, fico em dúvida se durante a aplicação do passe, o dirigente deve dizer alguma coisa. Por exemplo, direcionar o pensamento das pessoas ao envolvimento magnético, aos fluidos do plano espiritual superior que estão sendo jorrados, etc. ou não.

Resposta: Na casa espírita, geralmente temos vários passistas aplicando passe em várias pessoas ao mesmo tempo e cada qual tem relativa autonomia no procedimento (uns são mais rápidos que outros; alguns sentem necessidade de variar no tipo de passe aplicado etc.). Portanto, não comporta que o dirigente fique tentando orientar nesse momento a aplicação dos passes. Previamente, as pessoas foram instruídas sobre o que é o passe e como se comportarem durante ele para se tornarem receptivos aos fluidos ministrados. E, em cada turma, antes de se aplicar o passe e ao final dele, é feita pequena prece. Mas a aplicação do passe é feita em silêncio respeitoso e com muito fervor nos assistidos e nos passistas.

30.Que relação existe entre os chacras e o passe? 

Resposta: É que a emissão e recepção das energias transmitidas no passe se faz através dos centros de força (chacras).

31.O cruzar as pernas ou braços prejudica em alguma coisa no passe? 

Resposta: Os magnetizadores falariam de impedimento às correntes centrípetas ou centrífugas mas, do ponto de vista espírita, não há qualquer inconveniente, pois os fluidos são absorvidos pelos centros de força. Porém, o inconveniente está em que, às vezes, os membros cruzados podem ficar dormentes ou requererem movimentação, exigindo a atenção do assistido que, no momento do passe, deveria ficar concentrado e receptivo.


32.O passista deve abster-se de carne vermelha antes e após o trabalho de passe? Sou passista e gosto muito de café. Gostaria de saber quanto tempo antes do passe devo deixar de tomar café. 

Resposta: Certamente o passista espírita já procura que sua alimentação seja usualmente saudável, e não faz uso habitual do álcool ou do fumo, pois sabe que precisa de suas energias em equilíbrio para transmiti-las a outrem. Antes do serviço de passe, especialmente, sua alimentação será frugal, bem moderada, e evitará o álcool ou qualquer outra substância prejudicial.

33.Como saber se os efeitos resultantes do passe não são fruto de auto-sugestão? Ou do pensamento positivo como nos casos do efeito placebo?

Resposta: Somente o exercício dessa prática pode acabar nos dando a convicção de seus bons efeitos, pois não há sugestão que funcione tanto e tão bem quanto o passe.

34.Quando um assistido cai desmaiado, por exemplo, por que dizem que não se pode socorrê-lo? Não pode pôr a mão? 

Resposta: Pode-se socorrer, sim, mas é preciso estar habilitado para isso. Num caso assim, todos querem socorrer mas nem sempre se deve tocar no desmaiado nem mover o seu corpo do lugar, pois não se sabe o que causou o desmaio. É preferível que o dirigente ou encarregado da reunião (o qual deve ter o preparo prévio para essas emergências) promova o socorro necessário, que abrange várias medidas, sendo as principais:

1) Falar com o acompanhante do assistido para obter informações sobre a possível causa do desmaio (acontece sempre? sofre de alguma enfermidade? etc.).

2) Se a causa do desmaio for física (como ataque cardíaco ou epiléptico) poderá recorrer ao auxílio de algum médico ou enfermeiro presente ou providenciar a remoção do assistido para o pronto-socorro.

3) Se a causa for uma influência espiritual e desequilíbrio mediúnico, não há necessidade de se tocar no assistido desmaiado. Recorrer à prece (rogando o amparo dos bons espíritos) e ao passe dispersivo; se possível, chamar a pessoa pelo nome, estimulando-a a retornar ao seu normal e a se recompor.

35.Recentemente, o centro que freqüento estabeleceu que para tomar PASSE após as reuniões públicas, só se a pessoa estiver em tratamento após consulta. É correto isso? (vale salientar que existe um dia da semana, em que os que estão em tratamento comparecem e recebem PASSE de equipe) 

Resposta: Os amigos espirituais nos têm orientado que é preferível não colocarmos impedimentos taxativos ao passe, porque nem sempre podemos avaliar com acerto se há ou não real necessidade do assistido em recebê-lo. Com as preleções que preparam para o passe, como vimos nas questões anteriores, se consegue diminuir o número de candidatos ao passe, sem ser preciso recusá-lo a ninguém.

36.Notamos em certas reuniões públicas na casa espírita que as pessoas saem decepcionadas quando informadas, que naquele dia o passe seria coletivo. Como proceder, se nestas reuniões comparecem pessoas sem conhecimento doutrinário, desejosos de buscar consolo e auxílio no passe?

Resposta: Ver a resposta anterior.

37.Como devemos proceder com o assistido que todos os dias vai ao centro para tomar passe? 

Resposta: Ver, também, a resposta anterior.

38.Alguns centros espíritas aboliram o passe na reunião pública, deixando-o para reunião específica. Verificamos que a freqüência diminuiu bastante.

Resposta: A freqüência não diminuirá se a parte doutrinária da reunião pública for feita de modo apropriado, com expositores que saibam falar ao público e temas que atraiam o interesse dos ouvintes. E também se pode fazer ao final uma vibração geral, em que todos os presentes participam com seu pensamento e sentimento, sentindo-se, ao final, atendidos e satisfeitos espiritualmente.

39.Fala-se em pessoas que são "papa-passes" e que é necessário discernimento de quando se necessita de tal benefício. No entanto, às vezes estamos tão obsidiados que julgamos não estar necessitando. Como proceder?

Resposta: É justamente para verificar se a pessoa precisa ou não do passe que, no centro espírita, se costuma fazer um atendimento fraterno prévio às pessoas que buscam o auxílio da casa espírita. E, percebendo-se a obsessão no assistido, será ele encaminhado para receber o passe e seu nome irá para o grupo de assistência espiritual, no qual se vai orar por ele e, se for o caso, receber a comunicação do eventual ou eventuais obsessores, para esclarecimento.

40.O que pode acontecer com a pessoa que vai a vários centros espíritas receber diversos passes? Passe em excesso faz mal? 

Resposta: É uma questão de se esclarecer a pessoa que copo que já está cheio não comporta mais líquido. As energias que foram doadas pelos passistas e não puderam ser assimiladas pelo assistido (que já estava abastecido) serão reaproveitadas em benefício de outros.

41.Quando o médium estiver dando passe, por algum motivo tiver-se indisposto anteriormente com o paciente, é possível receber as energias ruins nesse momento? Como se prevenir desse acidente? 

Resposta: O passista não receberá nenhuma influência má, se, além do preparo prévio (citado na questão anterior) souber atuar no clima do perdão e da oração, em favor dessa pessoa em quem vai aplicar o passe.

42.Existem casos específicos em que é necessário se fazer um passe dentro de uma sala onde se irá fazer um trabalho mediúnico, ao invés de se fazer o passe em uma sala de passes? Se sim, quais seriam estes casos específicos? 

Resposta: Geralmente, não há necessidade específica para isso. Talvez se possam fazer duas exceções:

1) Nos casos de obsessão, quando o assistido recebe passe na sala mediúnica, o espírito já fica ali retido e já canalizado para atendimento através de determinado médium, que lhe irá servir de intermediário.

2) No caso de assistido que costuma apresentar reações desequilibradas no momento do passe, aplicando-o separadamente, se evita impressionar ou perturbar os demais assistidos; tal situação, porém, deverá ser corrigida o mais breve possível, orientando-se o assistido para bem se comportar, mesmo ante a influência espiritual que sofre, e, então, voltará a receber passe com os
demais.

43.Na casa onde trabalhamos, no final do trabalho de passe, todos os trabalhadores, passistas ou não, se reúnem e fazem uma vibração em benefício de todas as tarefas e tarefeiros da casa, rogando a Jesus fortalecimento e persistência para todos. É correta esta atitude depois do passe? 

Resposta: Vibrar em benefício das tarefas e tarefeiros da casa espírita é não só possível como aconselhável. O fato de ser ao final do serviço de passe, não deve causar preocupação, pois já se fez a recomposição dos trabalhadores, apenas não precisa ser prolongada.

44.Ao médium aplicar o passe, o paciente tem que ficar de olhos abertos, ou fechados? E qual a razão de, uma vez os olhos do paciente fechados, o médium mandar abrir? Se uma pessoa está prestes a dar passividade, e não queremos que isto aconteça, qual tipo de passe utilizaremos para este fim? 

Resposta: Não é indispensável que o assistido feche os olhos. Porém, de olhos fechados se abstrairá melhor do que acontece ao redor e fará a sua introspecção, concentrando-se para receber o passe. Mas, se o assistido ameaça entrar em transe, diremos que abra os olhos e se desconcentre, para que o transe não se aprofunde, pois o momento do passe não é o adequado para as comunicações mediúnicas. Podemos, também, aplicar passes dispersivos e chamar atenção da pessoa para que se desconcentre e retome o comando de seu corpo.

45.Em que obra Allan Kardec se refere ao o passe e à fluidificação? 

Resposta: Em O Livro dos Médiuns, A Gênese e em alguns volumes da Revista Espírita. Para sua pesquisa, sugerimos consultar: 'Prontuário da Obra de Allan Kardec', de Ney da Silva Pinheiro (Edicel).

46.Quais são os livros onde posso encontrar experiências científicas sobre a eficácia do passe? 

Resposta: Para o estudo sobre passes, preparo do passista e do assistido, formas de aplicá-los etc. há várias obras na literatura espírita. Permito-me começar com o nosso Fluidos e Passes, citando em seguida alguns outros: Você e o Passe, de Wilson Garcia e Wilson Francisco (Co-edição Eldorado/EME); Terapia pelos Passes, de Manoel P. de Miranda (da LEAL), Manual do Passista, de Jacob Melo (Editora Mnêmio Túlio). Quanto a experiências científicas a respeito da eficácia do passe, conheço o Magnetismo Curativo, de Alphonse Bué e o Magnetismo Espiritual, de Michaelus (ambos editados pela FEB). No mais, tenho lido esparsamente na imprensa notícias sobre pesquisas em torno da eficácia da prece e do passe, falando de resultados favoráveis, mas não observei a citação de livros.

47.Gostaria de saber qual a diferença que realmente existe, entre o passe espírita e o passe reikiano? 

Resposta: Ambos falam da possibilidade de beneficiarmos as criaturas, canalizando a energia universal e impondo as mãos. Mas há algumas diferenças fundamentais entre os dois. No passe espírita, há a união da energia universal com a do passista e, também, a dos bons espíritos; sua prática requer apenas algum conhecimento de nossa natureza espiritual e dos fluidos e, principalmente, boa conduta moral; quem transmite o passe espírita nada cobra por isso.No reiki, dizem que não há transmissão de energia pessoal, apenas a universal e vital; mas para aprender a aplicar o reiki é preciso uma iniciação feita por mestres e existem 3 graus a serem alcançados; o curso é pago e também quem aplica o reiki cobra dos seus pacientes. A prática do reiki admite a mescla com outras técnicas, por exemplo, os cristais, o que não ocorre no passe espírita.

48.Existem passagens Bíblicas que se referiram ao passe? 

Resposta: Sim, todas as vezes em que se lê que Jesus ou os seus discípulos impunham as mãos. Ali não se descreve se era uma imposição simples ou se utilizariam de outras formas.

49.Além de JESUS e seus discípulos e apóstolos, quem mais realizou curas, apenas com as imposições das mãos, antigamente e atualmente?

Resposta: As curas realizadas assim por Jesus e seus discípulos e apóstolos eram por meio da mediunidade de efeitos físicos. A mediunidade de efeitos físicos continua existindo e, utilizando o ectoplasma emanado pelos médiuns, os espíritos podem produzir modificações na matéria e até curas. Por isso, através da história, há relatos de médiuns que também realizaram fenômenos notáveis, tanto na história dos santos católicos como nos místicos de várias religiões, entre povos primitivos e, também, no trabalho desenvolvido por médiuns espíritas, como registram inúmeros livros, da Antigüidade e do presente.

50.Qual é a porcentagem de responsabilidade, no passe, do passista, do que recebe e dos espíritos? 

Resposta: A responsabilidade, em qualquer ação, é de quem age; e corresponde ao grau de conhecimento espiritual que o agente tenha. Mas talvez possamos dizer que, no passe, é grande a responsabilidade do passista que está efetuando a transmissão das energias. O assistido tem a responsabilidade pela boa atitude receptiva. E os espíritos têm a responsabilidade do bom aproveitamento e direcionamento das energias fornecidas pelo passista.

51.Como devemos proceder no caso em que uma pessoa só gosta de tomar passes com o passista tocando nela, pois ela se sente rejeitada se o passista não tocá-la? Esse sentimento de rejeição não atrapalhará no processo de cura?

Resposta: Em substituição ao toque desnecessário e inconveniente, que se use o trato fraterno e o atendimento esclarecedor; a pessoa sentirá e perceberá que está acolhida e ajudada, não precisando de que a toquem.

52.O desgaste físico não acentuado, o sono, inviabiliza o passe? 

Resposta: Não inviabiliza mas talvez diminua os bons resultados possíveis; mas os bons espíritos complementam a ação do passista, quando houver nele merecimento para tanto, ou grande necessidade no assistido.

53.Por que sentimos como se fôssemos um pêndulo de relógio quando tomamos passe com determinados passistas?

Resposta: Essa sensação pode ser decorrente de um começo de expansão perispiritual, favorecida pela ação fluídica do passista.


54.Por que, quando eu recebo o passe no centro, tenho uma espécie de arrepio, ficando meio trêmulo?

Resposta: Quer dizer que os fluidos do passista estão sendo assimilados por você e causando mudanças benéficas, tanto em seu corpo físico como no seu perispírito (corpo espiritual).

55.Alguns meses atrás fui ao Centro Bezerra de Menezes para receber o passe. Ao receber o passe, senti uma angústia muito grande e comecei a chorar. Minhas pernas ficaram bambas e minha mão começou a formigar. Assim que terminou o passe, tive uma sensação de alívio e dor (interior), recebendo amparo dos encarregados em ajudar. Informaram-me que possuo mediunidade e que começasse a freqüentar a reunião de desenvolvimento mediúnico. 

Resposta: Primeiramente, aconselharíamos que você recebesse assistência espiritual e, também, que freqüentasse estudos preparatórios sobre doutrina espírita e mediunidade. Então, você estaria em condições de começar a exercitar sua faculdade mediúnica, no grupo de desenvolvimento dessa casa espírita.

56.Fui ao centro com intuito de esclarecer alguns desdobramentos que estavam ocorrendo quando estava adormecendo (sinto o corpo paralisar, e não consigo mexer). Queria saber se tenho realmente mediunidade e por que ocorrem desdobramentos tão estranhos comigo?

Resposta: Não obstante sua pergunta não tenha a ver especificamente com passes, peço-lhe ler a resposta anterior que também pode orientar você.


57.É correto aproveitar o interesse das pessoas pelo passe e só aplicá-lo após a palestra evangélica? 

Resposta: Sim, porque as pessoas não sabem que, se melhorarem seu modo de pensar e agir, não se desgastarão tanto e sempre estarão abastecidas de boas energias. É preciso que sejam esclarecidas a respeito, pela mensagem evangélica à luz do Espiritismo. Não devemos apenas dar o peixe mas ensinar a pescar.

58.Quando o passista se aproxima do receptor, e envolve-o com energias recebidas da espiritualidade, faz-se necessário que o passista toque o receptor? Já que o passista é o condutor das energias que vêm da espiritualidade, seria necessário que este contatasse fisicamente com os receptores? 

Resposta: Não há essa necessidade e o toque pode ensejar vários inconvenientes, tanto para o passista como para o assistido, quer por ocasionar desconcentração no assistido, ou indesejados envolvimentos pessoais ou a suspeita de procedimento inconveniente. Portanto, na casa espírita, convém se evite qualquer toque no assistido durante a aplicação de passes.

59.É importante esclarecer as pessoas sobre a necessidade ou não de se receber o passe?  

Resposta: Sem dúvida, é preciso orientar os freqüentadores para que não vejam no passe uma prática indispensável toda vez que entrem na casa espírita. Preleções devem esclarecer os assistentes sobre o que é o passe, quando e como recebê-lo, esclarecendo, também, que só o fato de estamos no ambiente bom da casa espírita e com o pensamento elevado já nos enseja recebamos boas energias, sem necessidade de que nos apliquem um passe pessoalmente.

60.Os toques e ruídos no momento do passe produz algum distúrbio no paciente, fluidicamente falando? 

Resposta: Sobre o toque, ver a resposta anterior. Quanto aos ruídos (e os toques, também), provocam a desconcentração no assistido, que precisaria estar bem concentrado e receptivo.

61.No CE que freqüento, cada passista faz do jeito que quer. Como corrigir eventuais excessos sem melindrar passistas antigos? 

Resposta: É bom recorrer a estudos gerais do grupo sobre o passe e suas técnicas. Quem sabe se, assistindo palestras e participando de estudos em grupo sobre o assunto, os próprios passistas se disponham às necessárias mudanças.

62.Trabalho em um Centro onde vários médiuns trabalham sentados em volta de uma mesa e a assistência fica de pé, de mão dadas com os médiuns, fechando, assim, a corrente. Minhas dúvidas são: pode o médium dar passes nessa posição? A imposição das mãos para irradiação de fluidos pode ser realizada nessas circunstâncias? 

Resposta: Tal disposição não é a usual nas casas espíritas mas, ainda assim, haverá transmissão de fluidos, entre os participantes da 'corrente', pois os fluidos serão emanados através dos centros de força; faltará, porém, um direcionamento mais específico das energias para cada assistido, como ocorreria numa usual imposição e aplicação do passe.

63.Na casa espírita onde trabalhamos, na câmara de passe, a cada mês, faz-se um rodízio, obedecendo a ordem alfabética, um médium passista dirige o passe, designando dois médiuns passistas para, dentro da sala de passe, receber e despedir as pessoas, dois médiuns para fazer a prece inicial e final, respectivamente. Isso com o objetivo de propiciar a todos oportunidade de trabalho e de envolvimento com o mesmo. Este sistema traz benefício para o trabalho de passe no Centro Espírita? 

Resposta: Talvez seja eficiente e razoável se proceder assim num Centro em que há poucas pessoas para receber passe e vários passistas querendo servir nessa tarefa. Permito-me informar como procedemos no C.E. 'Allan Kardec', em que o número de pessoas a serem assistidas em cada reunião (ao redor de 40 a 80) é bem superior ao número de passistas (cerca de 10 a 12).

1) Em sala à parte, os assistidos recebem uma preleção evangélico-doutrinária de 20 a 25 minutos; enquanto isso, na sala de passes o grupo faz estudos sobre fluidoterapia e evangelho, finalizando com prece que os prepara para o serviço;

2) Ao fim da preleção, os candidatos ao passe são encaminhados para a sala de passes; à porta dela, um auxiliar de portaria os acolhe e faz entrar na sala em turmas iguais ao número de passistas disponíveis; entrando na sala, cada assistido se dirige a uma cadeira, ao lado da qual está um passista.

3) Acomodados os candidatos ao passe, um dos passistas (em rodízio) faz uma prece breve, em nome dos assistidos, rogando a Deus o amparo e proteção de que precisam e, em seguida, os passistas aplicam os passes.

4) Ao término do passe, o mesmo passista que fez a prece inicial faz também a de agradecimento ainda em nome dos assistidos; após a prece, os assistidos são liberados, entrando nova turma deles, se houver.

Observação: o objetivo da prece antes e depois dos passes é orientar os assistidos a pedir e a agradecer o benefício recebido.

64.Em algumas casas espíritas, são recomendados passes especiais com vários médiuns. Tal recomendação é necessária? 

Resposta: Não, embora se possa, em alguns casos, reunir alguns companheiros como apoio para o passe a ser aplicado pelo passista.

65.Por sermos energia, o assistido portador do celular ou o passista usando celular interfere no passe, diminuindo o magnetismo ou algo assim? 

Resposta: Penso que não, mas convém que os celulares sejam desativados durante o passe, para não fazerem ruído que perturbe a concentração de todos.

66.É verdade que existia um médium curador russo que, apenas com o passe, curava os deficientes físicos e fazia uma fogueira de muletas? Que relatos semelhantes nós podemos encontrar na história? Em quais livros? 

Resposta: Ignoro esse caso especial, mas peço ver a resposta anterior. Quanto às obras espíritas que estudam a transmissão de energias, trazem relatos admiráveis, porém, sem exageros nem crendices.

67.Por que em vários centros espíritas o passista está mediunizado? 

Resposta: Nos passes na casa espírita, o passista sempre estará assistido espiritualmente e pode sentir certo envolvimento. Mas não deve se deixar mediunizar e, muito menos, que o espírito converse com o assistido, porque, sem a avaliação prévia do dirigente, poderia haver algum inconveniente no que o espírito estivesse dizendo ou fazendo. No dizer de Emmanuel, o médium é o coração e o dirigente é a cabeça.

68.Quais são os possíveis problemas que podem ocorrer no caso de os passistas não terem conhecimentos doutrinários a respeito do passe? 

Resposta: São vários. Por exemplo: não obterem o resultado possível fazendo a pessoa descrente desse recurso valioso; carregarem demais de fluidos a pessoa, levando-a ao transe mediúnico; não saber o que fazer caso a pessoa apresente algum distúrbio no momento do passe etc.

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