quinta-feira, 4 de agosto de 2011

DHARMAS

DHARMAS

Dharma, Viagem Espiritual e Equilíbrio na Senda



por: Wagner Borges
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No meio da madrugada desperto com um toque no lado direito do meu corpo. Acordo abruptamente e olho em torno, mas nada vejo no escuro do quarto. Fecho os olhos, deito-me novamente e espero atento, pois sei que algo vai acontecer.

E o lance psíquico rola mesmo: surge um intenso clarão de luz azul dentro do meu chacra frontal, e aí desperto de vez. Contudo, percebo que não estou de todo encaixado no corpo físico. Os olhos estão bem abertos, mas eu vejo mais é esse azul dentro da tela mental interna da testa.

Meio solto energeticamente, levanto-me e vou para a sala. Penso em sentar-me no sofá para meditar e observar melhor o que está rolando, mas desvio-me e ligo o computador. Mesmo em frente à tela da máquina, só vejo o azul brilhante pulsando no frontal. Então, como se houvesse uma ordem subliminar implantada em minha mente, digito automaticamente, sem nem pensar no que estou grafando, sendo médium dessa luz azulada.

No meio da madrugada da grande metrópole, desce mais uma mensagem direcionada para as pessoas que estudam as coisas do espírito. A luz azul é sua mentora, eu sou apenas o repassador interdimensional dos escritos. Vamos a eles.

* * *

“Você se lembra do que o ar rarefeito do alto das montanhas lhe ensinou?

Ele lhe disse: ‘Fique acima das intrigas do mundo. Flutue bem alto.’

Para completar, quando você desceu, a bruma da campina falou: ‘Escute o invisível, seu verdadeiro companheiro. Sente-se, feche os olhos, e escute a voz do invisível na bruma.’

Por sua vez, o lago lhe revelou: ‘Na placidez de minha superfície aquática pareço um espelho natural, refletindo o que vem de cima. O sol e a lua, às estrelas, e as imagem dos homens e animais que ficam nas margens, tudo se reflete por cima de mim. Sou semelhante a um espelho sereno. No entanto, dentro de mim, lá embaixo, está cheio de vida. Em cima, o movimento do céu; embaixo, o dos peixes. Estou plácido por fora, e cheio de vida por dentro.

Pense nisso: vivo por dentro (cheio de coisas boas no coração), sereno por fora (na manifestação do mundo), e equilibrado no meio.’

Daí você se sentou embaixo de uma árvore, e dormiu ali mesmo. Então, a maravilhosa arte da viagem extrafísica mais uma vez ocorreu, e você se viu flutuando fora do corpo, com o seu corpo de luz, totalmente lúcido e leve.

Para sua surpresa, um ser invisível, de dentro da árvore, tocou sua consciência, e lhe disse mentalmente: ‘A árvore sempre busca espaço para crescer, para baixo e para cima, em equilíbrio. Para que ela cresça para o alto, é necessário que primeiro se enraíze bem na solo. Ou seja, se quiser ir para cima, firme-se embaixo, forme uma boa base.

Essa é a lição do espírito da árvore para você: voe alto, em espírito, mas sem esquecer da base física. Busque a sabedoria estelar, mas com os pés bem calçados na vida terrestre. Vá e volte, em equilíbrio. E que os frutos da árvore de sua vida sejam abundantes e generosos com os viajantes dos caminhos, da Terra e além...’

Quando você entrou no corpo denso e despertou, um pássaro cantava alegremente ali pertinho. Suas penas eram azuladas. E isso fez você lembrar-se de Krishna, o Senhor dos olhos de lótus, o avatar do azul do céu, que sempre desce entre os homens, e de formas sutis os guia para a Luz.

E aí você se tocou de que tudo começou com alguém perguntando: ‘Você se lembra?...’ – Essa era a voz sutil de Krishna, o Mestre de todos os dharmas.

Por Ele, os seres da natureza lhe ensinaram as preciosas lições do equilíbrio vital na senda. Agora, em Seu Nome, repasse esses ensinamentos para os seus irmãos de jornada espiritual.

Que a ‘Suprema Jóia do Discernimento’ brilhe em sua consciência, em seus estudos e em seu trabalho de esclarecimento e assistência espiritual, para sempre iluminar a senda e o coração dos homens, como quer o Senhor Krishna.”

P.S.: Bom, cumprida a tarefa de grafar esse recado espiritual, agora vou deitar a carcaça no leito e pensar no mantra “OM NANAR OM!”

Vou relaxar prestando atenção nessa luz azul dentro da testa e na minha própria respiração. E aí, vamos ver o que rola lá fora...

Como diz um amigo meu, poeta brilhante: “Repousa a embalagem, projeta o conteúdo!”

Paz e Luz.

São Paulo, 01 de dezembro de 2005.

- Notas:

* Dharma (do sânscrito): dever, trabalho, mérito, programação existencial, meta elevada, virtude, benção, ação correta, senda da luz.

* Avatar (do sânscrito): emissário celeste, ser de luz que desce para ajudar a humanidade.

* Chacra Frontal: é o centro de força situado na área da glabela, no espaço espiritual interno da testa. Está ligado à glândula hipófise (pituitária) e tem relação direta com os diversos fenômenos de clarividência, intuição e percepções parapsíquicas. É o chacra da aprendizagem e do conhecimento.

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