FLUXO ESCURO: UNIVERSOS PARALELOS?
Falha na Matrix pode ter revelado a existência de outro universo.
Por mais poderosos que sejam os telescópios - mesmo os que estão em construção, ou aqueles que estão apenas nos mais delirantes sonhos dos astrônomos - há uma espécie de "muro" na borda do nosso universo, além do qual nada se pode enxergar ou detectar. Não se trata de uma barreira física, mas de uma distância: além de 45 bilhões de anos-luz de distância, a luz não teve tempo de chegar até nós e poderemos nunca saber o que existe além. Apesar de se calcular que nosso universo tenha uma idade de 13,7 bilhões de anos, ele está em expansão - levando essa expansão em conta, os astrônomos calculam que a última fronteira observável do nosso universo está agora a aproximadamente 45 bilhões de anos-luz de distância.
Aglomerados de galáxias
A única esperança que resta para descobrirmos algo sobre essa região inalcançável estaria em encontrarmos algum "buraco" nesse muro, alguma interferência causada no universo observável por aquilo que está além dele. É isto o que quatro cosmologistas, coordenados pelo professor Alexander Kashlinsky, da NASA, acreditam ter encontrado.
Utilizando dados coletados pelo observatório WMAP, os cientistas detectaram aglomerados de galáxias movendo-se a até 1.000 quilômetros por segundo, algo totalmente incompatível com todas as atuais teorias. Mais impressionante do que tamanha velocidade, todos os aglomerados galácticos observados pelos cientistas - quase 800 - parecem estar se dirigindo para um único ponto no céu, localizado entre as constelações de Sagitário e Vela. O movimento em direção a esse ponto foi chamado de Fluxo Escuro, um fluxo de matéria ainda sem causa ou explicação conhecidas.
Na imagem, esses aglomerados estão representados pelos pontos brancos, registrados sobre a radiação cósmica de fundo, uma radiação na faixa das micro-ondas que inundou o Universo 400.000 anos depois do Big Bang. Todos parecem estar se dirigindo para o ponto roxo mostrado na figura (veja também O que existia antes do Big Bang?). Kashlinsky e seus colegas defendem que essas evidências são as primeiras informações que indicam a existência de algo além do nosso universo, reforçando a chamada "teoria os multiversos", que estabelece que o nosso universo é apenas um dentre inumeráveis que existem.
Outros universos ou novas teorias
Mesmo os cosmologistas que não concordam com a conclusão afirmam que o achado é impressionante, e que ele será responsável, no mínimo, por alterar quase tudo o que se acreditava correto até hoje nas teorias sobre a estrutura e a formação do nosso universo. Segundo os cientistas, a Matéria Escura não poderia ser responsável pelo Fluxo Escuro porque ela não produz gravidade suficiente para isso. E tampouco a Energia Escura poderia ser a causa, porque ela está espalhada de maneira uniforme ao longo do universo, não podendo ser capaz de carrear tamanha quantidade de matéria numa única direção.
Daí vem a conclusão lógica: somente alguma coisa além do nosso horizonte cósmico pode ser responsável por gerar o Fluxo Escuro. E, se todas as teorias atuais a respeito da formação do nosso universo estão corretas, algo que está além dele somente poderia ser outro universo.
Bibliografia:
A measurement of large-scale peculiar velocities of clusters of galaxies: results and cosmological implications.
Astrophysical Journal Letters (http://www.iop.org/EJ/journal/apjl) Vol.: 686:L49-L52
SITE: http://www.saindodamatrix.com.br/archives/2009/01/fluxo_escuro.html
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